Doença e cura

 

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Que mal é esse,
Que rouba a,
 generosidade do sorriso,
Deixa tímido o afago
Sem esperança o porvir
O sonho criminalizado
O amor,
De o olhar desconfiado
Amizade, perigosa
O passo apressado
O pensar na penumbra
O caminho disfarçado,
Mas a generosidade sorri
O afago enxuga a lágrima
A esperança nasce em mais
Uma criança
Que sonha sorrindo
O amor teima e incendeia
Olhares amigos cúmplices
Mãos que se buscam
Se apoiam, caminham
No sol pensado às claras
Vida!

Tenho medo

 

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Tenho medo
De não sonhar mais
De trilhar o caminho
Meus pés pisarem espinhos
Que pesadelos insistem em plantar
De minha boca secar
E a água mãos avarentas negar
Que o pão não seja partilhado
O choro do faminto
No vazio se perca
Que o frio das almas
Congelem
Mãos que imploram ajuda
Diante de um olhar deserto
Que não está
Onde vejo esse medonho sonho?
Cenário?
Numa fresta, num relance
Revelado
Imploro, Te peço, que não veja
Isto realizado, não que mereça
Ser poupado!
Que Teu sonho para nós
Sonhado, seja força, seja certeza
Que por nós o futuro seja
Restaurado!

Quanto vale?

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Quanto vale o olhar silenciado
Faminto, subjugado,
Que é indigno ser olhado,
Por aviltar seu senso estético,
Sua humanidade
Que humilha
Que regozija da fome
Que faz brilhar sua hipócrita caridade
Que enfurece O Crucificado
Que deixa sem resposta
Se valemos Sua Dor!
Nada foi aprendido
Por que não interessava ser ensinado!
O Valor que Foi partilhado
Não foi guardado em arcas
Não coroaram cabeças
Não elegeram sobrenomes!
Estão nas mãos calejadas
Em farrapos que vestem
Em pés descalços
Em olhos turvados pela poeira
Da estrada dura e longa
De quem luta pelo pão
Atirado no chão
Pelo sádico coração
Que para ser cristão
Precisa explorar a fome
De pão!

Palavras livres

 

Palavras livres
sem molde,
sem regras,
apenas dizem,
ousam sentir!
Amam,
Falam,
São,
Poesia!