domingo, 31 de janeiro de 2021

Violência x Conciliação (Cordialidade?)

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No feudalismo, segundo a historiadora Silvia Federici em seu livro Calibã e a Bruxa descreve uma época que existiam os chamados feudos onde o senhor feudal tinha muito poder sobre o povo pobre e era proprietário de grandes extensões de terra. Em acordo com pequenos produtores (colonos) partilhavam do produto do cultivo em suas terras. Não era uma convivência pacífica, os senhores feudais não usavam da justiça nessas relações com os colonos, inclusive exigiam pagamentos fora do combinado, bem como, consideravam a família e o colono propriedade sua. Nessas imensas propriedades, existiam “terras comunais” onde esses colonos se encontravam e conviviam em comunidade, conversavam, se conheciam e se uniam e formavam outros núcleos familiares, trocavam informações apreendidas e repassadas por várias gerações. Nessas terras podiam caçar, tirar a madeira necessária para a construção de moradas, criar pequenos animais para sua subsistência, e os maiores eram compartilhados por todos para o trabalho(carga) e fornecimento de carne e couro em algumas situações. Eram várias famílias nas terras de diferentes feudos. Povos espalhados pelo o que é hoje a Europa. O que não impedia que guerreassem entre si. Tudo era manufaturado dentro dos próprios feudos. Ricos e poderosos, os senhores feudais mantinham o povo miserável, o que facilitava a dominação e uma mão de obra baseada na servidão. Essa situação se manteve por séculos até que surgiu um movimento que pregava o poder associado à terra. Começa então a acumulação de terras. O parente muito distante do que pode ser hoje o capitalismo. As terras começaram a ser cercadas pelos senhores feudais e com esse movimento, ampliaram seus domínios e expulsaram os colonos, que formaram contingentes enormes de miseráveis e famintos que perambulavam pelas estradas. Desponta, assim os indesejados (pobres, sujos, feios) estes despertavam asco nos que conseguiram manter suas terras lutando contra os senhores. "Os condenados da terra “, como Frantz Fanon afirma. Fiz esse preâmbulo para introduzir meu pensamento sobre Violência e Conciliação. Durante alguns períodos a conciliação é buscada e ambos segmentos fazem um movimento de ceder em alguns pontos para que haja o entendimento. Os senhores feudais perceberam que seria uma forma de manter protegida suas terras se elas fossem povoadas. Os pobres teriam onde ficar e tirar seu sustento. Logo em seguida, um movimento de expulsão dos colonos poderia ser encarado como uma violência. Que não aconteceu sem resistência. A história brasileira sempre alternou movimentos de conciliação e violência. o que faz que não tenhamos confiança em algumas instituições. Um movimento “pendular” que segue “humores” dos que realmente são o poder no país, elites e classe média e quem mais tiver muita representatividade.(1) A estrutura da democracia brasileira é “insuficientemente institucionalizada” e alterna “momentos de otimismo com momentos de pessimismo de acordo com uma certa capacidade da elite brasileira de surfar, junto com a classe média e outros setores, durante momentos democráticos”, o que a torna “pendular”. Leonardo Avritzer Instituições como as militares e o judiciário, têm, em determinados movimentos, atitudes que nos fazem questionar se estão cumprindo sua missão constitucional ou se, se movimentam para agradar determinados atores da vida nacional. Os direitos, que todos portamos, são relativos ao poder do portador. Se não tiver poder, os direitos podem ser sonegados. Temos no atual governo, claros sinais de não apreço à democracia e seus preceitos de liberdade. Segundo o autor de: “ O Pêndulo da Democracia", Ed. Todavia, 2019. os militares e o judiciário conferem, com suas ações, esses movimentos que reduzem a credibilidade da população nas instituições. Um general, que em sua fala influi na decisão do Supremo Tribunal Federal, deixa o cidadão comum, perdendo a certeza que será feita justiça em uma sentença sua. Se for pobre, nem buscará a justiça. Por outro lado, a suspensão do Auxílio Emergencial durante a pandemia, tem requintes de crueldade e fará grande parte das famílias passarem fome. Em todas situações citadas, chamarei de violência deliberada. A fome é um forte motivador de violência e os atores acima citados, a elite e classe média, clamarão pelo braço armado do Estado, como um roteiro a ser seguido. Mas houve conciliação, há 20 anos atrás, um pouco, há 10 anos atrás e nenhuma há 5 anos na reeleição de Dilma Rousseff o presidencialismo de coalizão já não agradava aos interesses de um lado e do outro. A política ficou cada vez mais deslegitimada, por políticos que passaram a exibir na fronte um preço. As convicções pendiam para o lado que pagasse mais, com poucas exceções. Destruíram a credibilidade do político, que com as sucessivas mudanças de sigla ou de partidos, não empunhavam bandeiras de lutas que os legitimam e os identificavam. Somente a esquerda ao final, mantinha suas posições ao lado das lutas sociais. Mesmo a esquerda, depois de derrotas ainda tenta se organizar e se adaptar ao novo cenário político e ao novo eleitor mais descrente e de certa forma menos tentado à conciliações. Violência/Autoritarismo x Conciliação/Democracia são faces de moedas que conviveram nestes 200 anos da Independência, segundo Rafael de Souza em sua resenha do livro “O Pêndulo da Democracia” de Leonardo Avritzer, constatou “...elementos autocráticos e democráticos coexistem lado a lado na nossa institucionalidade…”(2) Na verdade, no início deste texto mostro a coexistência dessa situação (Violência/Autoritarismo x Conciliação/Democracia) ao longo da história. Esses elementos forjaram a história até os nossos dias, talvez com “nomes” diferentes dos que conhecemos, mas em sua essência estão as desigualdades e a luta pela vida dos menos afortunados. Porém, especificamente no Brasil, essa relação nunca foi de cordialidade. Trata-se de uma luta de corpo a corpo sendo que um dos contendores tem arma na mão, sabe manejar e usar sem pestanejar e o outro, desarmado, usa da ginga ancestral, do punho fechado que reúne forças e da criatividade de quem engana a fome a vida inteira. Vamos levantar mais uma vez! Sandra Corrêa Nunes (1)Movimento pendular da democracia brasileira impede a estabilidade política e econômica do país. Entrevista especial com Leonardo Avritzer- João Vitor Santos | Edição: Patricia Fachin | 22 Novembro 2019 - IHU www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/594541 (2)Avritzer, Leonardo. O pêndulo da democracia. São Paulo: Todavia, 2019. RESENHA (HTTP://NOVOSESTUDOS.COM.BR/CATEGORY/RESENHA/)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Democracia racial

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Tema que evoca discussões apimentadas e que sempre desaguam em um nome - Gilberto Freyre, que usou da comparação da sociedade segregacionista dos Estados Unidos em relação à sociedade escravista brasileira, totalmente construída na escravidão e de população constituída na sua maioria de mestiços e negros. Sociedade marcada por 300 anos de tráfico escravo continental. É uma sociedade racista em sua essência, e escravista de formação, desde o início tratou de reduzir a humanidade do negro em um tratamento de subjulgação, com punições aviltantes, castigos físicos, que atingiam sua integridade física e até lhe custavam a vida. Brancos eram senhores da vida e da morte de seus cativos (peças). Muito distante do tom romanceado do autor de Casa Grande e senzala, afirmou serem cordiais as relações entre brancos(senhores) e negros(propriedade dos senhores), sendo que na realidade, os primeiros davam ordens; os outros obedeciam ou eram “convencidos” a obedecer. Não pode existir cordialidade em uma relação em que um dos envolvidos não tenha voz. Na dita democracia política americana os negros não tinham representação igualitária na sociedade.Mesmo por que são a minoria da população. Considerados raça inferior. A ‘Democracia racial’ brasileira nunca foi igualitária e não garantiu direitos iguais para negros e brancos, apenas essa “democracia” manteve o povo acreditando na igualdade da população e sob controle. Durante muito tempo a esquerda progressista endossou este discurso, deixando de fora as lutas raciais que se travavam e se travam em todos os âmbitos. Sem contraponto, a população negra viveu muitos anos, a hierarquização, baseada em uma pseudo-ciência, que privilegiava a raça branca em detrimento das demais. O que favoreceu a discrepância histórica entre as classes sociais brasileiras, e relegou aos negros a identidade de classe pobre. São mestiços e descendentes de escravos que no início do século XX, após a Abolição foram colocados à margem da sociedade que sonhava com o branqueamento da população trazendo imigrantes brancos de outros países para trabalhar em postos de trabalho assalariado e que em alguns casos receberam terras se se casassem no Brasil. Daí começa a se desenhar a sociedade mais desigual que se formava. Ao negro não era permitido ter propriedade e nem estudar. Além disso foram obrigados a viver nas periferias das cidades. Florestan Fernandes afirma que a Democracia racial se trata de um mito quando esconde que existe uma classe da qual são mantidos os privilégios e outra que é explorada e até eliminada. Achille Mbembe fala sobre a necropolítica aplicada na sociedade e que define quem pode morrer (descartáveis) e os que devem viver. O poder e as elites cria mecanismos que dificultam a ascensão social dos pobres e negros, que com raríssimas exceções alcançam projeção social. Em uma população de maioria negra e mestiços não se encontram advogados, médicos, juízes, oficiais das forças armadas negros. Nem mesmo na classe média são vistos. Desde o início são considerados como inimigos e se de algum modo clamam por direitos, ou fazem algum movimento como greve, são taxados de baderneiros e o braço armado da sociedade - a polícia ou exército é chamado para “acalmar” os ânimos.Em resumo, classe pobre foi convencida que as lutas por direitos são baderna e que deve se conformar por estar nesse lugar. Mas é um pensamento que não se sustenta e a história está aí para nos contar de várias sedições que provam que não somos um povo cordato como nos querem nos fazer acreditar. No texto Racismo, Desigualdade e Violência critico a posição da elite e do poder, na figura que é conhecida como o “Pai da Independência”, José Bonifácio de Andrada, que em uma fala diz que o negro traz uma mácula, que é a cor. Já na sua “fundação” o Brasil dá as costas para essa parcela da população. A raça não é uma questão que apenas aos negros atinge. O povo nordestino é atingido pelo preconceito dos brancos do sul do país que os denominam “Os paraíbas”, “cabeças chatas” e por aí vai. Em uma leitura mais atenta do processo do ex- Presidente Lula, Luis Fernando Vitagliano fala: “ Não tem provas, mas suas convicções mostram que um filho de retirante nordestina, que foi engraxate e se tornou torneiro nas fábricas do ABC não pode ter caráter de presidente, não pode desempenhar essa função corretamente. Por trás disso existe o preconceito sempre presente nas elites brasileiras de que Lula não pode dar certo e se deu, é preciso condená-lo e recuperar as rédeas da história.” (grifo meu). O preconceito seja de raça ou de classe sempre pautou a política nacional e manteve seus “valores” com pulso forte e rédea curta. O preconceito de gênero mantém mulheres na posição de “escravas de luxo”, “ignorantes” dependendo da cor da pele. E outros tantos preconceitos de uma sociedade que faz “indigno” o existir por ser diferente. Concordo com Gilberto Freyre, na busca da unidade, mas não devemos apagar as desigualdades forjadas ao longo da história. Muitos brasileiros nasceram da violência sexual de senhores que estupravam suas escravas e até mesmo as índias desde a invasão. Quiseram transformar uma convivência sangrenta, de ingredientes (usando uma metáfora) ditando uma receita indigesta. Receita essa, que, hora ou outra, terá suas consequências. Os movimentos negros arrefeceram suas lutas após a Abolição e a Proclamação da República por que alguns perderam a motivação pois as causas das lutas foram “resolvidas” pelo alto e contentaram os poderosos da época. A escravidão foi abolida mas por pressões externas já não acontecia desde o fim do tráfico negreiro no Atlântico. O trabalho remunerado já acontecia e alguns ex-escravos se adaptavam à nova forma de trabalho. A Abolição aconteceu em um contexto que no mundo teorias que justificavam o racismo e alegavam a falta de inteligência dos negros. Portanto serviriam apenas para trabalhos que exigissem força física, não poderiam estudar porque não aprenderiam. Desta forma a educação foi negada ao negro e por conseguinte um futuro digno. Educação foi dada de forma elementar, com algumas restrições aos brancos pobres, porém de forma que nunca ameaçasse os privilégios da elite. Em recentes governos progressistas, a percepção que algo precisaria ser feito para tentar diminuir as desigualdades que colocavam em cheque a “Democracia racial”, que não existe na prática. Foram viabilizadas em práticas de políticas afirmativas. Políticas essas que aproximavam a população pobre advinda de escola pública e que se declarasse negra, faria jus à uma cota racial. Sobre esse assunto tenho algumas considerações:A princípio fui contra essa política, com o argumento que se a prova é a mesma e se nela não era solicitada a informação “raça”, o que justificaria as cotas? Com um pouco mais de observação, percebi que as desigualdades incluíam morar distante das universidades, trabalhar o dia todo, ser responsável pela família, alimentar-se apenas na escola, não ter acesso à produções culturais, ser o primeiro da família a cursar o ensino superior e até mesmo o único a estudar.Ser filho de operário, ou de aposentado, vir de família numerosa. Olhando o ambiente universitário, era perceptível a pequena presença ou a ausência de negros e mulatos. Seria exótica a presença de um indígena. A maioria branca, “bem nascida”, pais bem colocados na sociedade, dedicação exclusiva aos estudos, interessados por livros, eventos culturais. Nunca se preocuparam se faltaria o café da manhã. Por todas essas considerações, afirmo que nem todos nascem iguais. Nem todos têm as mesmas oportunidades, nem todos têm as mesmas condições ao começar. Pensando mais um pouco, se a maioria da população é negra ou mestiça, por que isso não corresponderia à maioria dos estudantes universitários? A maioria dos professores , a maioria dos advogados, a maioria dos médicos, a maioria dos juízes? A estrutura das instituições que falo no início do texto, responde à essas perguntas. Uma parcela da população não poderia ter esse acesso a lugares reservados para a elite. Esse é o lugar que fazem guerras para manter. De que importa que outros não possam alcançar. O prazer do sádico é chegar onde só ele pode chegar.Falávamos de que mesmo? De Democracia racial? Te enganaram mesmo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Ser sonho para o outro

 

                                                          https://www.areavip.com.br/wp-content/uploads/2015/08/Significado-de-sonhos-Amor.jpg

Sonho precisa de dois corações

Sem senão, sem valor que a usura teima colocar...

Corações disparam, rompem limites

Vivem o sim, mais uma vez.

Apenas por feliz se fazer

Planam livres n'um céu só seu

Onde o ousar aconteceu

Eu vou! Vamos!

E o beijo invade a alma

A vida calma se faz

Em desconexos gemidos

Para os dois faz sentido!

Coração e sonho se misturam

Na extrema felicidade

Do ser sonho para o outro

domingo, 24 de janeiro de 2021

Racismo, desigualdade e violência

 

http://www.justificando.com/wp-content/uploads/2017/07/latuff.jpg

A fala de José Bonifácio de Andrada se referindo ao povo negro, deixa clara a posição do Brasil em relação à uma parcela da população cada vez maior. José Bonifácio fala em “mácula” que não poderá ser apagada, que é a cor. A afirmação: “Negro, não!” resume os ânimos do poder e das elites, em relação à cor negra. Um tratado de não ascensão por parte da classes dominantes em detrimento dessa população , inviabilizando a ascensão aos postos de poder. Ao mesmo tempo foram criadas regras institucionais que, de forma velada, se promovia a desumanização do povo negro. transformados em mão de obra sem alma, um número. Para o poder e as forças de segurança, o negro além de ser visto como um número, é considerado um perigo a ser mantido dominado como um inimigo potencial. Daí o Racismo de cor, quase uma “decretação” que a cor negra carrega em sua essência todo o mal do mundo. Nessa perspectiva são retiradas todas as chances de ascensão social. O acesso à cultura, que poderia ocasionar novos contatos sociais e reconhecimento, são negados através da educação oferecida à classe popular , esta reafirma o lugar que será ocupado por essa classe. Sem a educação de qualidade, ele o pobre, ficará fadado à realização de trabalhos degradantes ou sofrer castigos e punições físicas e aviltantes. Sem quaisquer chance de mobilidade social, com a violência e o racismo estrutural dispensados a essa população desde a primeira Constituição Imperial de 1824. Desde então. os negros cumprem um destino de serem perseguidos/eliminados como uma mácula a ser extirpada. Os pobres negros não têm vida como seres humanos comuns, possível é sobreviver. Nessa parte da população a Desigualdade de classe é evidenciada. Por conta do racismo entranhado na sociedade, essa desigualdade é minimizada e até invisibilizada, tornando invisível a população pobre e negra. O branco pobre,” não usou bem as vantagens , para ele acessíveis” , no caso dos negros, “não são gente”! Doeu a constatação? É exatamente assim que pensam e agem. Para garantir que esta situação não se modifique, não investem em educação de qualidade e essa população sem opção de trabalho, mesmo pesado, vê no tráfico a solução para levar comida para casa. Nesse quesito é necessário o esclarecimento que os grandes traficantes NÃO moram em subúrbio, lá só moram os "aviõezinhos", e os "capangas'' locais. Nesses locais vale a lei do silêncio para continuar vivo. Assim se mantém um “batalhão” de “aviõezinhos” e o futuro de todos é destruído. Figuras perfeitas para "vestirem" o papel de bandidos para a sociedade branca e racista. Disposta a armar “caçadores”, “justiceiros” que “miram na cabecinha” e mais “um tomba”. A Violência encontra significativa representação. Em nome disso toda a truculência policial é justificada e aplaudida por falsos moralistas. que aos brados recriminam o aborto, porém assim que nascem pretos pobres tornam-se “pivetes” alvos preferenciais da polícia. Sociedade sádica, racista, branca e hipócrita. Afinal, se não existirem pobres como poderão posar de “caridosos”? O fato é que, o Racismo, promove a Desigualdade e alimenta a Violência contra os negros

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Mergulho íntimo

 

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Mergulho no carinho

Que em espuma se faz

Escorre livre, tateia, busca

Se aninha e esconde.

Profusão de gêisers 

Vivem do prazer, terno, constante

Provocam erupções e reações

Arrepio sem frio,

Calor que estremece,

No furor das águas

Entrega íntima e silêncio se faz

Na brancura da paz

Entre brumas de espuma

Perfuma a alma que sem reservas

No lago tranquilo adormece! 

domingo, 10 de janeiro de 2021

Dignos dela

 

http://cfs10.tistory.com/image/17/tistory/2008/12/26/23/44/4954edc30582d

Essa notícia tem dois, três dias mas o valor dela não está na atualidade mas no resgate à dignidade nacional por meio da ciência, mesmo não tendo chegado a tempo para 200 mil brasileiros, faz renascer, a esperança para um povo esquecido por seus governantes e principalmente acender a luz nos olhos dos que vão lutar e serão os VERDADEIROS brasileiros, que de pé no chão, barriga vazia, sem "eira nem beira", construíram e constroem essa Terra. Tornem-se DIGNOS dela.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

E são 200 mil


                                                   https://cdn.folhape.com.br/img/c/800/600/dn_arquivo/2020/06/whatsapp-image-2020-06-03-at-221053.jpg


 200 mil nascimentos,

200 mil nomes, corações pulsantes,

200 mil choro de vida e  de emoção,

200 mil travessuras, amarguras,

200 mil não, a educação, ao pão,

200 mil sem ilusão, sem chão,

200 mil sem trabalho, vagabundos que são.

200 mil cuidando de irmãos em condição servil.

200 mil sem futuro, sem história que para o Brasil nunca existiu...

200 mil estórias, que amanhã, a vida já esqueceu.

Por que agora , chora a dor, agora o vazio transborda

O eco de revolta bate no céu!

200 mil amores, 200 mil genitores, 200 mil flores

Banhadas por lágrimas da vida ceifada sem se despedir

Muitos fortes que a covardia de um só levou.

Devolveu tristeza

Plantou desesperança

Nesse chão que cansou de buscar a união!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

O futuro que respira morte


                                                           https://static.poder360.com.br/2020/06/brasilia-cemiterio-covid-mortes-1-1-1200x630.jpg

Noite estranha esse 2020,

Começou no susto de 2019.

No desejo que a virada da noite,

Nos acordasse suspirando do pesadelo.

Dizia logo ali, o futuro...

E o dia amanheceu já com o enredo determinado,

O Brasil de várias formas subjulgado, por mãos levianas enganado.

O pesadelo durou dias e noites,

E que não havia um só, que não rogássemos que o castigo fosse finalizado.

Dia após dia, o pão era tirado.

Cada vez mais um desesperançado...

Mundo sádico.

Não veio a chuva de bênçãos  proclamada nos púlpitos,

Afinal, o messias governava a nação.

Usaram deus para ludibriar o povão...

Não só ele, todos que foram inoculados pelo ódio vindo da comunicação

O país se perdeu, se esqueceu, morreu.

Deixou seu povo chorando no escuro, qual criança abandonada à sua própria (má)sorte.

E veio a peste, silenciosa, traiçoeira, ajudando a besta a derrotar a esperança derradeira.

Chove e chora o céu por muitos que se foram, inocentes ou não,

A morte é igual quando deixa órfão um coração.

A esperança no amanhã se enterra em cada caixão

Mortos-vivos em todos os cortejos, caminham ao léu

Aguardando a vez da infeliz lhe cobrir com o véu.

Aquela maldita boca cuspiu: "todo mundo vai morrer um dia"

E o verde daquela bandeira que não orgulha ninguém de se cobrir, vai aos poucos

entristecendo, de lágrimas morrendo, enlutando um chão que se tornou valão.

"Essa é a parte que te cabe nesse latifúndio..."




Bom dia, DIA DA MULHER!

                   Arquivo pessoal  Bom dia! Levei um tempo em perceber a importância desse dia! Não  a data! A importância  por si mesma ve...