Eu com 1 ano
Precisei entender que seria eu a referência a partir daquele dia!
Sandra
Yasmim
Hoje ela faz 21 anos! Nada fáceis, nem eu pensei que seria! Mas queria ser mãe e fui duas vezes de formas diferentes! Devo a essa maternidade encarar um desafio diferente! Não é só ter nos braços uma vida! É se reinventar através dela! Descobrir aí o quanto eu era forte! Enfrentamos vários desafios juntas! Yasmim me ensinou como ser forte! Descobri meu valor! Cresci e me fiz , a partir dela! Me tornei capaz de tantas coisas com ela! Hoje sou mãe orgulhosa de duas filhas! Essa moça que me renasce todos os dias e a mulher de fibra e amor que se tornou a Taíssa Dettomi! E me fez mãe mais uma vez com o Henrique! Deus abençoe todos! Espero merecer mais uma vez todos vocês!
Parte um
Um dia comecei este relato, mas em outra fase da vida, com outros desafios e contexto. Cheguei a escrever algumas páginas, mas talvez seja melhor mudar a forma de escrever como narrando a memória, por isso não é complicado recomeçar. As memórias estão ali é só desembaraçar.
Meus cachos
Vou tentar ir o mais longe na lembrança. Claro que um bebê não tem memórias nítidas desse tempo. Lembro do início da infância em um apartamento, a segunda morada. Da primeira, em outro bairro, eu era muito pequena. Soube que existia um cão de nome Bob, que um dia acompanhou meu pai na volta do trabalho, penso ser no SAPS, mais tarde na COBAL.
Meu pai, Luiz, veio no caminhão, sobre os sacos de mantimentos do SAPS. Isto foi antes de casar. Assim começou como funcionário público. No armazém no centro de São João del-Rei. Cidade maior que a sua cidade natal, Santos Dumont. Só depois de algum tempo na cidade de São João del-Rei, casou-se com a sua noiva, Marina.
Luiz por volta dos 23 anosMarina por volta dos 16 anos
Luiz tinha os olhos claros, verdes, muito claros, ás vezes meio azulados. era pardo de pele, me parecia durante muito tempo, branco. Minha avó paterna era Maria Rosa de Jesus, não tenho relato de seus antepassados. Meu avô paterno chamava-se Vicente. nada sei de sua paternidade. Parece que para os pobres existia o dia atual e nenhum documento. Meu pai já mais idoso e adoentado parecia mais branco ou abatido. Talvez a cor do olhos reforçasse essa sensação. Sei que os olhos dele me encantavam! Queria crescer, me tornar adulta para ter aqueles olhos! Ledo engano, soube mais tarde estudando biologia que isso não aconteceria. Lembro-me que meu pai era canhoto ou sinistromano; o que motivou apanhar para aprender a escrever com a mão direita. Isso resultou que sua letra tivesse uma aparência forçada.
Casaram-se em 23 de novembro de 1963 às 18 horas ao som da voz de uma cliente do salão de beleza da tia que cantou "Ave Maria de Gounod". Sem fotos, meu pai não gostava do jeito do fotógrafo que arrumava os noivos para fotografar. Em 06 setembro do ano seguinte, 1964, pequena, eu nasci, com 1.800 kg, em Santos Dumont, na certidão dizia ser "branca".
Minha mãe, Marina, negra, a segunda de nove filhos, na época só a mais velha, Irene, teve mais estudo. Minha mãe, só teve o quarto ano primário.
Quis parar de estudar, mas se quisesse continuar seria complicado. Meu avô materno, Antônio, era negro retinto e trabalhava como eletrecista na CBCC - Companhia Brasileira de Carbureto e Cálcio (ou o contrário) - em Santos Dumont. Minha avó materna, Aracy, era filha de um descendente indígena, o Laudelino, e talvez tivesse um negro em sua ascendência, por conta dos cabelos dos filhos, que eram crespos e de Benedicta de aparência branca de descendência europeia. Já os pais do meu avô materno, eram negros retintos, Izolina e Romualdo. Essa é minha tristeza, pois pouco ou nada sei dessa descendência. Como disse, eram pobres e sobreviviam do trabalho dos meus bisavôs. Mais tarde os filhos dos meus avós arranjaram trabalho e a mais velha, tia materna formou-se em Contabilidade, alguns dos tios mais novos estudaram mais, a Isaurinha e o Dudu. Estudar não estava na pretensão dos filhos. Como os pais e os avós, a sobrevivência era o ideal mais alto que sonhavam. Minha mãe aprendeu com sua tia Florinda, uma tia paterna o ofício de cabeleireira. Assim entendeu o que deveria ser o ideal de se aproximar do fenótipo branco, ter o cabelo liso, os costumes sociais vigentes na sociedade.
Minha mãe teve até orquestra na sua formatura de quarto ano, o que foi algo que despertou orgulho da minha mãe pelo feito - o diploma do quarto ano. De certa forma diante das dificuldades de manter os filhos na escola seria um grande feito o quarto ano.
Marina e Luiz casaram-se e longe da família iniciaram a vida de casados.
Começo a vislumbrar o motivo dos meus cachos.
Eu com 3 meses, o outro bebê é meu primo Marcos. Eu com a flor com 4 anos.Com 1 ano e na mesma idade beijando o Marcos, eu com Lamir no colo e o Nem chorando. Eu e o Nem.
Primeira de quatro
Lembro de todos os finais de semana irmos para Santos Dumont. Para mim, era muito bom o contato com os tios e primos! Por ser a primeira neta e ainda ter nascido no dia do aniversário do meu avô materno, o Antônio. Além de ter os três avós como padrinhos, o que me tornava mimada! Ah! Que saudade do colo de minhas avós Maria Rosa, avó paterna e Aracy, avó materna! Do meu avô materno, Antônio, lembro-me do dengo mas me repugnava o cheiro de bebida... Não cheguei a conhecer o outro avô o paterno, Vicente, faleceu quatro anos antes de eu nascer. Tenho uma tia, a Lulu, com quase um ano de diferença. Do lado paterno, são seis tios e mais primos. Só depois de dois anos ganhei um irmão, o Nem (Luiz Cláudio) assim não me sentia tão sozinha! Era uma festa nos finais de semana quando juntavam os primos. Quando pequenos, em dia de calor, fazíamos a sesta debaixo dos móveis. Eles eram antigos, de segunda mão. Vieram do Rio de Janeiro.
Tomávamos o ônibus com sentido a Santos Dumont, trajeto de Juiz de Fora às 6 da manhã. Tudo parecia longe, tá certo que era na antiga estrada, acho. Levava umas 3 horas, Havia paradas nas rodoviárias de Barroso e Barbacena. Era uma festa para os pequenos! Esperava o bolo ou doces dessas paradas. Não se tratava de fome, tomávamos café antes em casa. Era a novidade mesmo! Antes de dormir, segurava a mamadeira de "Farinha Láctea", eu adorava! Mamadeira pronta aguardava Dona Rita Viana, amiga dos meus pais. para mamar! Cabelos penteados tipo coque com presilhas tipo pente. Delícia de colo de vó!
A viagem era preparada na véspera. Minha mãe separava a roupa no berço da caçula, Cíntia. Cíntia era a quarta da escadinha e eu tinha então 8 anos. Primeiro eu a Sandra, depois o Luiz Cláudio ou Nem, este é nome que usamos na família, o Lamir o caçula dos homens e a raspinha de tacho, a Cíntia. Turma completa, vamos á viagem! A viagem nem sempre era tranquila, um ou outro estômago se ressentia e devolvia o conteúdo.
Hora em hora relógio do Bisô Romualdo de 1904 quem me contou foi o Dudu(Paulo César)
!
Relógio da casa do Bisavô RomualdoA mesa pertencia ao bisavô Romualdo montou bolo de casamento
Nossa avó Cici, já nos aguardava com café e delícias. Me lembro de seis moradias em bairros diferentes. Na primeira, no bairro da CBCC, um apartamento amplo tinha uma lage sobre um galpão. Onde foi a festa do casamento tia Irene e do tio Alair e um terreno aos fundos. Onde ficava um cão de guarda, o Lobo. Embaixo, um outro terreno com com casas velhas, era para onde fugia para fazer minhas "manhas". Lembro de uma vez, minha avó Cici me encontrou e de ter dado umas merecidas palmadas! Que não apagaram a lembrança do colo, que delícia! A segunda moradia era próxima á igreja São Sebastião, ficava numa subida íngreme, perto da casa do tio Madinho. Os tios mais novos eram adolescentes então. Lembro-me de ouvir música: Supertramp, Maria Bethânia, Frank Purcel, The Beatles, Bento Di Paula, bem eclético! Agora era na Capitão Nestor, próxima ao quartel do Exército da cidade, na casa do tio Roberto e da Cal. Meu avô começava dar sinais de saúde debilitada neste lugar, um pouco antes guardei aquela lembrança sobre o cheiro da bebida apesar de nem vê-lo bebendo ou alterado... Talvez estivesse triste! Aos 78 anos, meu avô se foi...
Sei que minha tia Isaurinha estava cursando faculdade se não me engano no Rio de Janeiro, em Vassouras, penso ser Letras. Em quarto, moraram em um prédio que estava ao lado da via férrea, ao som de todos apitos da RFFSA. Ficou bem gravada a trepidação do prédio.
Em quinto lugar foram morar em uma casa ampla, com jardim, onde minhas tias Isaurinha e Lulu se casaram. A Lulu já tinha a Ana Luíza. Por último , em sexto, construiram na Graminha.
Reduzi muito minha frequência em Santos Dumont. Eu estava casada e ia pouco lá! O tempo passou, muita história foi construída. Já não tenho minhas avós e meu avô. Viajo no coração!
Um pouco mais distante, no Córrego do Ouro, em outro bairro popular morava minha avó paterna, Maria Rosa, alguns tios e primos, outra farra! Corríamos soltos e livres por lá. Imagina, criados em um apartamento e limitados no comportamento! Aí dá-lhe cozinhadinho, pique-esconde, bola de gude, rodar pneu, soltar pipa, ufa! Cansa só lembrar a algazarra. Comida deliciosa, feita com banha de porco. Na simplicidade da casa de minha avó e tias, hum! Era tomado banho de bacia, poucas casas tinham água encanada. mas sem problemas! A cama quente e limpa velava nosso sono para outro dia de muita traquinagem.
Lembrança
Foi lá pelos 8, 9 anos, que aconteceu algo que me marcou no sentido de ser acusada injustamente. Parece pouco, mas o efeito me faz sentir triste até hoje!
Nos finais de semana o Haroldo e o Dudu vinham a São João del-Rei e traziam, uma pequena vitrola e para nós era uma festa!
Devo ter comentado na escola sobre isso e que no final de semana seria meu aniversário e os tios estariam lá em casa. Não sei por que "cargas d'água", Lenita, uma coleguinha de escola comentou com a mãe do meu aniversário e no sábado chegou com a mãe e uma irmã! Não entendi nada! Minha mãe ralhou e desatei a chorar! Fui para debaixo da cama e lá passei a noite! Fiquei muito sentida por ter sido acusada injustamente...
Marta
A Marta trabalhou em casa nessa época que nós ainda pequenos pensávamos ser ricos pois tínhamos empregada! Mas não, era uma ajudante para minha mãe com as crianças e a casa. Não entendíamos bem porque minha mãe trabalhava em casa e cozinhava! Na verdade éramos pobres um pouco mais folgados financeiramente. Voltemos á Marta,era muito asseada e caprichosa tinha porém um particular. Sofria de alopecia, não tinha pelo em numa parte do corpo. Além de pobre, semi-analfabeta, imagino os desafios enfrentados por ela! A luta dela era muito maior com um importante fato ao seu favor era branca, o que facilitava para conseguir emprego.
Letras e números
Não sei falar sobre a alfabetização ou não dos meus avós de um lado ou do outro. Não me lembro de vê-los escrever. Eram trabalhadores!
Minha avó paterna, Maria Rosa, teve 18 filhos, era parda, apenas sete filhos sobreviveram, ela viveu até aos 95 anos, era dona de casa. Meu avô paterno, o Vicente, era ferreiro, era pardo, segundo o que soube teria falecido em um acidente. Minha avó materna, Aracy, teve 9 filhos, era dona de casa, descendente de indígena. Faleceu aos 98 anos. Meu avô materno, Antônio, era eletrecista da Carbureto, faleceu em 1982, aos 78 anos.
Criaram e educaram os filhos dentro das possibilidades que tinham.
Meus pais quando casaram tinham ambos o quarto ano primário.
Minha mãe, pelos anos 2000, ingressou no Conservatório em São João del-Rei para aprender piano. Sempre ouviu músicas clássicas. Ouvia como eu, música o dia todo. Meu avô, Antônio, tocava vários instrumentos ligados á boemia. Tinha banjo, cavaquinho, violão, clarinete, porém não frequentou o conservatório. Segundo minha mãe ele assobiava "Take my heart", daí o meu gosto por música!
Meu pai, quando trabalhava no foto Central e seu proprietário também era o Chefe do Posto Regional do Ministério do Trabalho, Luiz Afonso Nogueira, para progredir como funcionário público, resolveu estudar fazendo o supletivo. Não sei se chegou a completar. Creio que para ter o 8° ano. Me lembro pouco desse período, mas eu já cursava o Fundamental II. Com o Deputado Estadual Baldonedo Napoleão, meu pai conseguiu para mim uma bolsa de estudo integral que me acompanhou até o fim do Ensino Médio. Assim estudei no Instituto Auxiliadora um colégio particular. Tive uma boa educação em um colégio de Freiras Salesianas. Comecei a namorar pouco depois. Tinha desejo de cursar a faculdade, via as outras alunas quererem fazer, mas não poderia pagar.
Aí cabe falar da situação financeira dos meus pais:
Meu pai era Funcionário Público Federal, apesar de pomposo o cargo, meu pai era "Agente de portaria" não entendo o que seria o cargo mas era bem baixa sua remuneração. Pequeno e importante detalhe, anos 60, 70, 80, plena ditadura! Á noite, meu pai fazia faxina, pela Solipa (ou Sulipa, não sei), para ajudar no orçamento da casa.
Minha mãe era cabeleireira e cuidava dos quatro filhos. Improvisou uma divisória na sala de casa, onde funcionava um salão de beleza. Dificilmente eu teria condições de entrar em uma faculdade! Atenção a isso! Tiravam toda e qualquer possibilidade dos meus pais estudarem e dificultavam ao máximo que os filhos tivessem estudo!
Meu namorado, o Jaci, propôs pagar a faculdade enquanto não se efetivasse a federalizaçao. A Fundação de Ensino Superior de São João del-Rei - FUNREI, era particular. Nos casamos. mundos diferentes, apesar de ser da mesma classe social. O Jaci, era descendente de italianos, era pedreiro iniciante, muito trabalhador mas não valorizava ter estudo e começou a por obstáculos em me buscar na faculdade próximo às 23 horas. Nesse tempo, eu queria por-que-queria engravidar. Ele fez a proposta de que se eu abandonasse a faculdade partiria para uma adoção. Nem pensei duas vezes e nem me arrependi mesmo! Ser mãe sempre foi o meu sonho! Era 1990. Uma nova fase começava!
Flashes
De onde vem o alisar os cabelos se somos negros ou descendentes deles?
Procurando fotos, ou lembranças perdidas minhas, encontrei uma foto na qual parentas, que não vou nominar pois já não posso perguntar de quem seria, diria serem negras ou descendentes. Todas de cabelo alisado mesmo as de pele mais clara! Assim vi na família o ideal perseguido! Sei que os negros para estarem na sociedade que os discriminava precisavam se parecer ao máximo com o ideal branco. Dessa forma conseguiam trabalhar, se relacionar afetivamente driblando as regras sociais.
Minha mãe contava que uma vizinha no prédio era encantada com os meus cachos, sempre penteados com esmero depois do banho! E assim fui para o jardim de infância municipal o "Bárbara Heliodora".
Dessa fase guardei uma canção que cantei para embalar minhas duas filhas. Yasmim sussura até hoje:
"Banana é bom!
Bom a valer!
Faz ficar forte, também crescer!
Lima, laranja e tangerina!
Todas as frutas, têm vitamina!
Agora todos prestem atenção:
Papel e casca não se põe no chão!"
Adorava o lugar, o trajeto feito de ônibus, as "tias"Mirinha, Amelinha, muito carinhosas, a merenda feita com carinho pela minha mãe! Lembro de um livro da "Branca de Neve", uma princesa branca que fazia parte do material e, seria mais um ideal a ser perseguido! Tanto fiz que minha mãe cortou um pouco o cabelo, usou bobs para enrolar e alisar para a formatura. Mesmo assim ficou volumoso. Queria mesmo era usar o que ela usava e alisar o cabelo. Mas minha mãe se negava por eu ter pouca idade. Até o quarto ano insisti com minha mãe, ás vezes enrolava bobs no cabelo, mas não podia receber respingos de chuva. Até que, depois do quarto ano, depois de um corte, alisei pela primeira vez o cabelo!
MeuEu de beca para formatura do jardim. Eu a quinta de uniforme de jardim. Eu 2° ano. .Eu 3° ano e eu 4° ano com óculos.
Carnaval
Hoje é terça -feira de Carnaval tempo que já não saio...Lembro-me de que meus pais iam ao centro para verem o desfile dos blocos e escolas. Me lembro do Bom Fim. Falem-de-mim, São Geraldo. Metralhas mais tarde Girassol! Peço já desculpas pela minha memória pelos nomes das escolas e blocos!Tinha os Caveiras. Com música fúnebre e tudo, morríamos de medo! Clima de filme de terror! Do Custa mais vai! O preconceito velado. mas existia. Era formado pelos pobres e as domésticas, tinha de ficar sentado no passeio, tontos de sono por que dormíamos cedo! Logo vínhamos embora porque era á pé!
Mais tarde frequentámos eu e meus pais o Carnaval no América até terminar o baile depois ainda levava meus irmãos na matiné ia em todas elas! Se hoje não posso participar, certeza aproveitei bastante! Até hoje não não bebo, aproveitava de cara limpa! Muito bom! Por isso tenho todo na memória!
Eu com 12 anos depois de usar alisante pela primeira vez, vestida de dama de honra.
Vida em linha reta
Não tinha nenhuma noção do que havia se passado com os negros no mundo, sequer sabia ser uma negra! Uma das piores coisas que foi feita: foi o apagamento dessa identidade. O que aconteceu para meus antepassados, meus avós.
Sempre foram pobres e alguns deles escravizados. Por isso a dificuldade de encontrar documentos. Quando libertos recebiam nomes ligados à religião como " dos Santos"," de Jesus", "Nascimento". Os que foram escravizados não tinham registro e, se tinham usavam o sobrenome do senhor. Usavam apenas o primeiro nome. Poderiam ter nascido no país ou em África. Os de descendência européia, se pobres, nem eram registrados, pelo alto custo do registro. Na verdade isso torna praticamente impossível ter uma árvore genealógica. Busquei minhas memórias, minhas vivências numa busca inglória pela minha memória!
Muita coisa aconteceu depois alisar o cabelo praticamente cinquenta anos negando o que foi apagado. Fingia não perceber, que mesmo de cabelo "liso" era escrava de um modelo para manter um ideal. Não podia molhar para não desfazer o cabelo. Assim, não vivi a fundo muita vida para não desfazer o sonho.
Quando eu era criança, meu pai foi sócio de um clube, o América. e frequentávamos a piscina, meus irmãos que se esbaldavam e eu cheia de "não-me-toques" que são comuns para as meninas, ainda não podia desfazer o cabelo! Namorei, casei e recomecei, demorei a me descobrir, mas me libertei! Conheci a Sandra e a força dela! Tudo isso na adoção da Yasmim!
Eu de noiva na penteadeiraEu e minhas damas Taciane e Tatiane
Eu, Jaci, Taissa, Maíra, Matheus e Vinicius
Yasmim e eu, Yasmim e Henrique, convite 15 anos da Taissa, Taissa e Matheus, Yasmim dormindo, Taissa de Dara, Cíntia, Misso, Maíra, Luiza e Lucas, Taissa 50 anos de casamento D. Alice e Seu Agostinho, Taissa na bacia, Yasmim de vestido, Eu e Carlos vestidos á caráter na Estação Ferroviária
Taissa, Henrique e Nicollas
Yasmim com alguns dias com minha mãe e meu pai
Amor Atípico
Um diagnóstico me tira do chão,
Autismo.
Meu
caminhar tem o rumo dado,
De um olhar em fuga, um carinho recusado.
Essa angústia me fez chorar de desespero, e a solução buscar.
Sem resposta, o choro nosso.
Um vagar convicto - mais saber buscar.
Anos de estudo, muito sacrifício, mas sabia onde queria chegar.
Entender aquilo que dos meus braços, minha filha ousou roubar.
Cura? Tem não!
Casamento desfeito, muita vida regrada,
Só as palavras me faziam companhia,
Choravam minhas mágoas, davam voz à minha alegria,
alimentavam meus sonhos,
Construíam minha nova vida,
Cada vez mais silenciosa.
Sofri e enfim entendi o tamanho "daquilo".
Conheci outros: TDAH, TOD, TOC entre outros "nomões"
Todos traziam rugas a mais nas famílias.
Conheci o caminho - que minha filha desenvolveu.
Não do jeito que sonhei, mas que sempre amei.
Hoje, numa cena que não tive coragem de ver,
Soube de Genivaldo
Que a crueldade de alguns que tiveram uma vida típica,
Porém o coração seco, mataram como se a vida não importasse,
Por não saber "ser normal", teve decretada a sua morte,
Pela farsa da humanidade!
Aí olho para minha filha, que mal se alimenta sozinha
Vive os resquícios da vida atípica que teve
E penso que se não tivesse minha mediação,
Esse mundo azedo, teria posto a perder a doçura do seu sorriso.
Essa música eu ninava a Yasmim:
China Roses <https://g.co/kgs/WqssTSQ>
Ser mãe
Sempre acalentei esse sonho, não tinha noção do tamanho! Ser mãe era a pedra angular de toda a minha construção! Tanto que não exitei em abandonar uma graduação em Engenharia Mecânica para construir minha vida, meu casamento, tudo! Assim desde o primeiro momento "engravidei" a vida quando decidi adotar!
Sonhava com a criança, tendo a noção que essa criança já existia que alguém já decidira não tê-la nos braços! Então desejava que mesmo em sonho esse bebê sentisse que já era desejado, que ele tinha uma mãe!
Mesmo sem saber o sexo comecei a fazer o enxovalzinho, a tricotar casaquinhos sempre em cores neutras.
Um dia meu pai - eu não não tinha nem telefone em casa - chegou com o recado que me pareceu entrar no meu sonho:
- Um bebê, uma menina, aguardava no hospital, que
fosse lá e a mãe biológica me entregasse o bebê e partisse. Entrei em choque! Pois meu sonho estava ali nos meus braços! Eu e o Jaci passamos em casa e eu deitei o bebê no meio da cama de casal, talvez com medo de cair? Arrumei um pouco de enxoval e no caminho fomos à farmácia para comprar leite e produtos de primeira necessidade para o bebê e fomos para casa dos meus pais!
Naquele momento nasceu a Taissa! Minha primeira joia! A mãe biológica se parecia comigo, morena clara, isto é parda. Nunca duvidei que Taissa fosse minha filha! Descobri uma maneira de sonhar uma gravidez, estava feliz! Tinha meu sonho nos braços!Hoje se não me engano é dia 26 de março aniversário do Jaci. Mas é um dia feliz! Mais dois meses depois Dia que saiu a da adoção da Taíssa 26 de maio de 1992!
Taissa com 3 meses
Essa música eu ninava a Taissa:
Caribbean Blue <https://g.co/kgs/pxFggnH>
Yasmim na praiaYasmim e Taissa
Taissa com sombrinha
Yasmim na AABB
Diplomas
Diploma de 4°Ano da minha MãeMinha mãe teve na formatura do 4° ano uma orquestra e ela contava com orgulho desse acontecimento! Como eram bem pobres, tinha orgulho do uniforme escolar talvez a melhor roupa que possuía. Ela contava que chegava em casa, tirava o uniforme e colocava debaixo do colchão para manter as pregas da saia. Sei que o sapato, a irmã mais velha deu quando começou a trabalhar. Depois bem mais tarde, entrou no Conservatório de Música de São João del-Rei para aprender música e piano. Mas percebeu que para progredir na música precisava ter completado o Ensino Fundamental.
Já o meu pai, iniciou o supletivo para conseguir alguma promoção, mais a vida de casado e quatro filhos para criar não dava oportunidade pra se dedicar aos estudos. Meus pais com muito sacrifício, tentavam nos aconselhar para que terminassemos, pelo menos o "segundo grau", o hoje o Ensino Médio. Quando eles falavam era tudo tão distante, que só estudando começamos a entender o que seria. Assim, começamos a pensar em graduação. Por isso sinto a falta de meus pais não terem formação para que pudéssemos mirar.
No final do Ensino Médio que fiz em colégio particular como bolsista, aquela bolsa de estudos que me acompanhou por 7 anos, até o final do Ensino Médio. Fiz Técnico em Desenhista de Arquitetura. Era uma ousadia completar o Ensino Médio e ainda sonhar com uma graduação, digo sonhar porque não importava o curso, importava a graduação já seria um grande feito! Lembro-me de ter discutido com a Irmã Madalena, então diretora que achava desnecessário um evento pelo feito, para celebrar a conclusão do Ensino Médio! Na verdade, sendo diretora de um colégio particular, fazer uma graduação seria algo natural para as alunas, mas não para mim! Então citei a minha mãe e sua formatura no 4°ano, com certeza tinha de comemorar!
Aconteceu em 1982, numa sexta-feira às 19 horas na Igreja Dom Bosco, com direito a táxi, cabelo alisado, apesar da chuva torrencial de dezembro e da rua cheia de buracos, um acontecimento!
Ensino Médio 1982
Eu era a terceira
Desvendando meus cachos
Nossa! Tanta coisa houve
a partir daí! Considerava que minha vida era um livro fechado, de capa e tudo! Tinha terminado o "Ensino Médio". Era casada, Tinha duas filhas. Um marido trabalhador. roteiro completo para uma jovem pobre. Era esperar que a vida passasse sem surpresas. Como estava escrito pelos meus pais. Por meus avós. Pelo Imperador: seria uma súdita cuidando da alimentação de um súdito e de nossas filhas. Cheguei até pensar que era dona de minha vida! Ninguém é! Trabalhávamos pensando que sobreviviamos e servíamos a algo maior que sequer entendíamos. Ricos não seríamos, apenas vivíamos. Trabalhar para ter direito a comer. Planos? De criar as filhas para serem súditas e gerar outras! Visão que meus país tiveram, a não ser que se revoltassem com tamanha desigualdade! Mas as coisas não aconteceram assim!
Relendo
Depois vários abortos espontâneos que totalizaram oito, sendo que quatro precisei de realizar curetagem, inclusive uma gravidez tubárea ( na trompa), mais uma vez decidi pela adoção. Seria a segunda maternidade. Próximo a nossa casa uma jovem desejava dar o bebê que esperava. Como da outra vez a procura era às cegas, de verdade apenas a certeza de ser mãe. Conversamos eu e Jaci e agora a Taissa também já participava das conversas. Isso foi bom para ela visse como a chegada dela aconteceu! Pensávamos no sexo do bebê, qual a preferência por menino ou menina, nomes preferidos.
Eu mesma não conhecia a jovem mãe. Um dia, o Jaci me chamou para vê-la caminhando pela rua. Sensação estranha! A percebi como uma embalagem de um bebê. Logo o Jaci disse: "Se for ela, não quero o bebê. Ela é negra!"
Me irritei na hora e respondi: "Só se ela não quiser dar o bebê, serei a mãe dele"! Meses depois nasceu uma menina (Emanuelle). Mas a mãe biológica decidiu que não daria o bebê. Pus meu coração em guarda e me coloquei a esperar. Deixei meu nome no fórum e nos candidatamos para adoção. Fiquei sabendo por uma parenta que a mãe da Emanuelle iria dar o bebê. Outro casal, nosso amigo, se candidatou e hoje percebo que Emanuelle muito era parecida com a Taissa!
Por essas linhas do destino eu e Jaci somos padrinhos de batismo da Emanuelle.
O tempo passou, mas a certeza de querer ser mãe se mantinha. Como da primeira vez, fazia o enxovalzinho e namorava as peças. Até que o fórum entrou em contato através da Assitente Social Eliete. Foi relatado que o bebê era uma menina e que ela estava com a mãe biológica no hospital e que se fosse do meu interesse, estivesse lá no horário de visitas. Me armei da única certeza que me movia, avisei ao Jaci e parti para a visita.
No corredor do berçário avisei para a enfermeira responsável que a assistente social havia me comunicado do bebê.
Ela virou o berço para mim e eu vi a Yasmim pela primeira vez! Fiquei quieta pois havia outras pessoas presentes.
Quando me vi sozinha com a Yasmim, perguntei: "Não vai sorrir para a mamãe?" Ela acordou e me olhou! Naquele momento soube que era minha filha! Teria levado naquela hora mesmo para a casa! Mas ainda tinham etapas a serem vencidas.
À noite fomos eu , o Jaci e a Taissa ver a Yasmim no berçário nos aguardava no hospital a assistente do social. Eu vesti um roupão de visitante e fui a única a pegar a Yasmim no colo. Já no colo, Yasmim olhou detalhadamente para nossa família.
Logo recomeçamos a rotina de ter um bebê em casa! Mamadeiras, fraldas para todo lado. Yasmim parecia não gostar de colo. Chorava bastante, parecia estar com cólica. Me lembro de uma noite que chorou como se sentisse algo, examinei as roupas, se estaria com fome ou molhada, com dor e nada! Demorou um pouco e dormiu. Ela tomava mamadeira no meu colo, mas não me olhava! Quando começou a se alimentar de papas era bem seletiva nos alimentos sem gostar dos mais difíceis de mastigar foi difícil se alimentar!
Começou a balbuciar, chamar a cadelinha Milla, Mamãe, mas paralisou na aquisição de vocabulário. Ainda não havia andado. Um ano. Liguei minha antena e comecei a comparar com a Taissa quando em desenvolvimento na mesma fase. Levei essas questões ao pediatra Dr. Luiz Antônio Coelho. Ele disse que a princípio não deveria me preocupar mas pediu o exame Bera (audição), agora sei que quando existe a suspeita de Autismo é preciso eliminar a possibilidade de problemas na audição. Nos registros da gravidez havia um registro de Rubéola na gestação. O pediatra indicou o neurologista, Doutor Leonardo Vaz de Mello que por sua vez encaminhou para Doutora Renata Fonoaudióloga. Começa aí a imensa procura por respostas, portanto, um diagnóstico.
Nessa fase que começo a perceber que essa busca seria solitária, como se o sonho da maternidade fosse meu e o preço me seria cobrado.
Yasmim 20 anos
" O filhote do Urubu é branco"
Essa resposta eu recebi quando indaguei sobre a cor da pele da Yasmim a essa pessoa. Penso o tempo todo sobre negritude, mesmo por que preciso entender um pouco mais sobre isso. Sendo assim eu estaria sendo racista ao ter essa dúvida e me preocupar com isso!
O primeiro contato consciente que tive com o racismo foi neste dia. Ouvi de uma conhecida e que me remete à infelizes memórias. Não vale a lembrança da pessoa, que continue esquecida! Apenas que se tratava de uma filha de negro e uma branca. Assim despenquei das nuvens no racismo real! Mas mesmo com a queda, não acordei para a luta!
Quatro anos depois estava separada, com duas filhas à tira-colo e com a imensa responsabilidade de educá-las.
O diagnóstico da Yasmim recém feito era: Autismo Severo - CID F 84. Entrei em parafuso! Lembra da vida perfeita, segundo grau terminado, casada, mãe de duas filhas, marido trabalhador?
Era 2009. Dois anos depois conheci o Carlos. Não teria palavras para descrevê-lo e. a sua importância para mim e para a Yasmim! Ele é músico e eu sempre gostei música! Somos um casal diferente, não moramos juntos! Somos companheiros, parceiros, confidentes, sei lá! Carlos se dá super bem com a Yasmim! Realmente, tem feito muito bem para nós duas!🥰
Carlos
A minha vida seguiu...
Olhava ao meu redor, a família, meus antepassados, não via onde mirar para seguir. Não com a deficiência, com o estudo! A única referência que sempre tive foram de mulheres fortes em seu lugar! Precisei entender que seria eu a referência a partir daquele dia! Como ser mãe da Yasmim, construir nosso caminho? O quadro ao meu redor me apavorava, o bebê crescia, estava numa escola especial. As vezes chorava muito, as vezes se agredia e os olhos mostravam sua fragilidade, como um pedido de socorro! Concentrou-se em agredir o olho direito, logo depois o olho esquerdo. Ficou cega do olho direito e do esquerdo tem 360° de descolamento da retina. Tem pouca visão do olho esquerdo. Procurei por médicos, mas ouvi que mesmo com as intervenções, poderia perder tudo se ela se agredisse novamente! Com todos esses anos de busca pela cura percebi que, o que importava era manter o pouco de visão que restava para que ela pudesse viver o que era importante para ela!
Continuando...
Terapeutas da escola pareciam dizer que só bastava aprender a lidar! Um belo dia uma amiga, a Dilceia, me passou a inscrição de um vestibular na EAD pela UFJF, achei maluco mesmo porque não vislumbrava a possibilidade de estudar além de cuidar da Yasmim. Mais louco ainda era fazer uma graduação a distância!
Fiz o vestibular no Campus de Barroso e fui aprovada em Licenciatura em Computação pela UFJF.
Ainda tinha minha mãe, na época. Em 2009 perdi meu pai. Talvez meu pai ficasse feliz em saber que iria frequentar uma faculdade. Com certeza, se queria aprender mais sobre o autismo precisava de uma graduação a distância. A necessidade de saber mais era imensa, o desafio equivaleria ao tamanho do buraco imposto pela deficiência.
Não foi fácil! Nao é fácil!
Já terminei a graduação sabendo que em seguida teria de fazer uma pós-graduação sóbre autismo. Hoje tenho noção do tamanho do desafio que enfrentei.Mas talvez tenha sido bom!
Não vislumbrar o tamanho da guerra! Apenas arregacei as mangas!
Muita disciplina na realização do curso, muito aprendizado e por tabela mais autonomia perante á minha filha e a vida!
Nos sábados mensalmente ia ao polo para fazer trabalhos ou avaliações. Vivi os desafios da graduação, as dificuldades do aprendizado tendo que eu mesma de buscar soluções. Mas me movia a busca pelo aprendizado sobre minha filha. Às vezes ia de ônibus, as vezes ia de carona, outras o Carlos me levava mas ia, não tinha faltas. Em 2014 iniciaram quase dois anos de greve e aí pesou minha certeza de fazer uma pós em Autismo depois da graduação. Fazia pouco tempo que entendia que precisava de uma pós para saber da minha filha autista. Então, minha outra filha, a Taissa recebeu a graduação de Advogada, orgulho enorme! Uma filha graduada! Uma neta graduada de meus avós!
Mesmo assim não foi nada fácil. Iniciava minha busca por conhecimento e formação, nos braços uma filha autista com fenótipo negro seja lá o que isto significava! Nem eu sabia e demorei anos para entender isso. Continuei os estudos. Um namorado desta época criticou o corte de cabelo da Taissa disse que "parecia um ninho", não entendi mas me senti magoada!
Me pareceu racista. Não sabia dizer, talvez tenha sentido o preconceito. Não sabia me expressar. Além do mais não se tratava da fala de um "branco europeu". Aliás, ele tem sangue árabe e negro. Chegou a se referir a ela usando a palavra "rábula", ele um advogado mais antigo. Se já tivesse parte do conhecimento que tenho, um "rábula" famoso seria Luiz Gama, orgulho nosso! Pelos dois infelizes conhecidos meus, penso que o racismo é fruto de negros que não se olham no espelho! Fadados a se negarem pelo resto de sua existência! Infelizes!
Tentei ser mãe mais presente em todas os progressos escolares da Yasmim. Frequentava todas as reuniões e eventos da escola e a levava todos os dias para aula. Os Estágios Supervisionados da graduação fiz na APAE os dois para concluir o curso. Minha Monografia foi " O Tablet na Educação Autista". Enfim Graduada! Era 15/02/2017!
Licenciatura em Computação
Nasce uma outra Sandra
Aí, 8 anos depois da separação, 7 anos depois de construír nossa casa, 13 anos depois do nascimento da Yasmim eu iria encarar uma pós-graduação em autismo! Sem tomar fôlego. Durante 13 anos, sofri, chorei na carne todos os desafios do desconhecido autismo. Precisava olhar nos olhos do bicho que me devorava. Precisava entender o que me distanciava de minha filha.
Mas aconteceu algo logo após a cerimônia da formatura! Tomei um banho da cabeça aos pés quando cheguei em casa! Foi como se lavasse todo cansaço acumulado em anos de estudo! Mas não era só isso... Deixei o cabelo secar solto e me senti livre!
Minha irmã disse que deveria me pentear e me vestir como a minha nova posição (formada) pedia! Olhei incrédula para ela: afinal tinha me dedicado por anos para ter de me vestir como um receituário? Não! Iria me vestir como me sentisse bem!
Uma amiga vendo o meu cabelo seco ao natural disse: " Agora você está parecida com a Yasmim!" Isso me deixou tão feliz que nunca mais usei a chapinha! Nunca tive dúvida da minha maternidade. E o ato dos meus cachos me aproximar delas me deixava feliz!
Eu
Verdade! Eu não poderia falar de mim sem ter feito toda essa introdução! Isto porque nem eu mesma sabia de mim alguma coisa!
Era o planejamento dos meus, sonho dos meus antepassados, o que deixavam sonhar! Aos pobres apenas o viver e produzir! Pensar, planejar o povo não deveria fazer isso!
A partir do momento em que uma tive educação melhor, uma escola melhor, consegui sonhar em estudar mais, algo impensável para quem os pais eram trabalhadores. Apenas poderiam ser empregados! Nada de anormal. E assim seria se a maternidade não fosse complicada e já tivesse partido para adoção. Assim o sonho mudou drasticamente de roteiro!
Filha mais velha, separada, duas filhas adotivas, uma filha deficiente. Meus pais não teriam sonhado este roteiro para mim!
Respirei fundo!
Como se tomasse fôlego antes do mergulho!
Yasmim havia sido diagnosticada com Autismo severo. Sequer sabia o que seria Autismo Tipo 3, Autismo baixo-funcionamento! Uma deficiência então seria algo que inexistia! Em seguida deveria estudar para entender isso tudo! Para me situar, ninguém poderia na família me iluminar sobre o tema! Uma amiga me falou sobre uma graduação on-line para começar. Isso era coragem, nenhum dinheiro! A graduação seria pela EAD na UFJF no polo em Barroso. Como faria o vestibular, como frequentar isso? Não sei como, precisava fazer! Na verdade tinha duas filhas, sendo que uma estava grávida e que iria se casar, não sei se seria esta a solução, mas era o que se apresentava! O que era mais urgente era a questão da Yasmim e da graduação para em seguida fazer a pós-graduação. Comecei a graduação com esse turbilhão na vida. Taissa se casou iniciou uma graduação em Direito e eu acompanhava a graduação como podia, tinha época que era super complicado acompanhar a escola às exigências numa escola especial, não sei como mas eu dei conta! Aprendi ser autônoma, a me cobrar. Em 2010 consegui para Yasmim o BPC - Benefício de Prestação Continuada, o que me ajudou. Assim cuidava dela e conseguia nos manter. Aí viria a pós-graduação o curso era particular na EAD pela FAEL. Sinceramente era a primeira vez que entrava em uma pós-graduação e emendei a graduação com a pós-graduação. Precisava muito saber sobre o Autismo e tinha vivido até ali reagindo aos desafios, que eram muitos! Birras homéricas, choro interminável. Desistir, não! Apenas queria entender!
Uma coisa que desespera uma mãe é não saber onde dói no seu filho!
De repente a autoagressão!! Meu Deus! Não batia na minha filha e ela se batia! Chegou a ficar sem mechas de cabelo do lado das orelhas! A professora disse que poderia ser o elástico das chucas no cabelo que estaria incomodando... Nossa, cheguei a ver desfeito todo o cuidado e carinho nos penteados para tentar entender. Me lembro de uma terapeuta me dizer algo na escadaria da Capela Nossa Senhora da Aparecida da APAE "Você sabe que o futuro dela a Internação"? Naquele momento perdi a fé nos tratamentos buscados naquela instituição. Se nem eles acreditam no que eles aplicavam, decidi que eu acreditava na minha filha e em mim. Como podia buscar a cura se não acreditava nela? Hoje eu penso que depois do muito que fiz e transformei minha vida, está em crer que seria capaz e que minha filha também seria!
Segui em frente Na terceira disciplina do curso era a "Intervenção nas famílias". Chorei a disciplina inteira! Me reconheci nela! Vi o terremoto que vivia a família do autista. Um moinho de acontecimentos destruía membro por membro da família, não havia o pessoal apenas e o que se tornou o membro da família autista. Me vi decidindo desde já que queria estudar algo diferente do TEA - Transtorno do Espectro Autista!
Tinha de fazer isso pois: se não desistiria! Precisava ver que existia vida além do autismo.
Ensino Estruturado
Reescrevendo
Depois de ter cumprido o que me determinei. Não alcançei a cura para minha filha. Mesmo porquê ela não existe. Entendi que como mãe quero que Yasmim seja feliz do jeito que ela puder! Não temos de provar nada pra ninguém. Tento prover maior dignidade e conforto para ela. Dou tratamento de saúde que posso e vivo em função dela! Nada é difícil, cansativo por ela. Quando Deus achar que devo parar, essa será a hora!
Esse trecho da minha vida está fechado, decidido como algo inviolável!
Então dei vida à vida além da Yasmim. Me descobri negra ou descendente de negros. Sei bem pouco dos meus antepassados, e como buscar meus antepassados.
É difícil iniciar uma busca sem ter de onde partir. Tenho sessenta anos e boa parte das pessoas que poderiam me contar sobre os que me antecederam, já faleceu, com elas essa memória. Acontece que apesar de não ter acesso a essa parte da história gostaria de conhecê-la. Em honra aos pais e meus avós, às dificuldades que com certeza viveram. Se sou pobre, certeza sou descendente de pobres, negros até mesmo escravizados! Por isso busquei um pouco da minha história.
Como tudo na minha vida, precisou de um impulso!
Mesmo sendo filha de uma negra e um pardo não ligava a minha negritude a minha mãe ser negra. Meu irmão tinha a pele mais escura que a minha não me fazia diferença pensar minha descendência negra. Talvez por ser normal e nos visse como irmãos e somos!
Escrevia sem compromisso, não me via como escritora. Escrevia, fazia versos, desde quando me encantei com a Internet! Um dia em 2019 vi em meu e-mail um e-mail de um agente literário disse que gostara do meu poema. Pensei ser brincadeira mas autorizei que a editora entrasse em contato. De repente minha vida se tornou algo totalmente desconhecido para mim! Tentei explicar para as pessoas mais próximas de minha família que uma editora iria lançar um livro meu que eu iria ter o seu lançamento no Solar da Baronesa aqui e São João del-Rei! Que haveria um "Coffee-break" nesse lançamento. Vários amigos me ajudaram e participaram. Meu pai já não estava vivo e a minha mãe graças esteve lá!
Convite do Lançamento do LivroInfelizmente como nem tudo é perfeito, a Taissa não estava pois estava em casa com a Yasmim...
Foi lindo, vou colocar aqui a minha fala nesse momento único:
"
Boa noite!
Bem vindos!
Caminhos se abrem na nossa frente quando nos permitimos abrir os olhos! Olhos, já diziam antes, são “a janela da alma”. E a alma nos permite tocar o coração sem usar as mãos. Muito tempo atrás usava “os olhos” para enxergar coisas que me emocionavam, me encantavam, me indignavam. Não sabia que isto tinha um nome: Sensibilidade! O choro e o riso são constantes, mas “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, disse Fernando Pessoa! Trata-se de um depósito de emoções guardadas pela vida! Por este motivo, a presença da música e da cerâmica no lançamento do livro de poesias. São poesia em sua essência. A poesia está aí!
Gilberto Martins, no texto que abre o livro diz: “A poesia tem uma estreita relação com a arte e, essencialmente com a beleza.” A meu ver, ela é a própria beleza expressa nas infinitas manifestações artísticas! Antigamente dizia para os “meus botões”: só considero pronto algum trabalho, quando o quero para mim! É assim que me sinto em relação ao que escrevo, me apaixono, gostaria que alguém sentisse por mim, o que foi exposto nos versos. Assim sendo percebo que escrevo desta forma, muito antes do nascimento do meu blog, o “Coisa e tal”.
O blog deu vazão a sensações “estancadas” por não saber a saída, por serem censuradas em preconceitos, culpas, puritanismos, por uma educação “castradora” apesar de “qualificar”! Tudo era “sujo”, “indigno”, “pecado”! E eu, incompleta! Sem identidade! Descobri-me sensual, capaz de desejos. Também com direito, a sentimentos pouco nobres e ainda sim, humanos!
Senti vontade de falar, de chorar, de mostrar o que minha alma insistia transbordar! Um orgasmo! Desde então, veio o autoconhecimento. A descoberta de amarras, conscientes ou não, que me impediam de ver e sentir o mundo. Tudo era raso, só aparência. No mesmo instante pessoas próximas diziam me desconhecer, surpresas e decepcionadas que estão com minha nova imagem. Eu, educada para a conciliação, de repente, defendia minha opinião, deixava claro meu ponto de vista. Aí veio o outro aprendizado: dispor-me a ouvir e me permitir aprender.
Aventura rica e desafi
adora. A maternidade “atípica” promoveu esta “revolução pessoal”. Como virginiana, minha busca sempre foi a perfeição. A deficiência de minha filha, me fez descobrir, que o Amor nem sempre é perfeito. Precisei deixar brotar a poesia na dor, na luta, na vida! Abracei o jeito de extravasar meus sentimentos. Em muitos momentos sinto uma urgência de colocar em palavras o que me assola a alma. Banho-me enquanto escrevo, em verdadeiras torrentes de sentimentos. Choro, riso, ternura, angústia, gozo e no fim a sensação de alívio! Relendo o filho recém-nato, me emociono, me apaixono, reconhecendo meu DNA. Nenhum deles sei “de cor”, porém reconheço como meus na primeira linha.
Depois de reconhecida como: “Poetisa-Mãe” ou Mãe-Poetisa”, tenho orgulho de ter carregado no colo duas Poesias e de ter dado a luz a “Belas Palavras”!
Gratidão
Ao café, que em torno de si reune amigos,
Ao pão, que cresce gerando a partilha,
Aos irmãos de luta, que se unem na diferença,
Aos acordes que unidos, são poema,
Ao barro, que gentil se molda às mãos poetisas,
À amizade, que faz da vida poesia no caminho,
Ao Amor, que tempera nossos dias,
Á palavra, que se dobra, molda e se une, para ser
Poesia!
Obrigada"
Realmente preciso reconhecer que minha vida deu uma guinada depois disso. Não que as outras vitórias não tenham sido transformadoras em seu tempo, fiquei rica de vivências com elas. Todas elas firmaram minha força diante dos desafios, não me via dessa forma! Depois disso me vi encarando mais e mais desafios!
Mas o descobrir-me negra tornou constante o meu aprendizado.
Perguntei a um amigo se o IHG - o Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei era uma organização da comunidade, porquê sabia tão pouco dela? Onde estariam os negros que construíram os belos casarões e as Igrejas de São João del-Rei? Essa questão me valeu um convite para participar do Grupo Escravidão em São João del-Rei e nas Vertentes do IHG. Pouco depois teve início o arquivo que iníciou a "Biblioteca negra". Precisava saber mais da nossa história.
Biblioteca negra <https://docs.google.com/doument/d/1Glp2GP_K0TsuO1Jm68SdgjKNTEN8ShSH/edit?usp=drivesdk&ouid=103230259561715374440&rtpof=true&sd=true>
Daí a nova pós-graduação "História e Cultura Afro-brasileira". Totalmente diferente da outra e sim com uma visão mais voltada à minha, à nossa negritude. Como a maioria da população brasileira de origem pobre, não sabe informar sua árvore genealógica. Se de descendência portuguesa invariavelmente era de origem pobre, se indígena poderia ter sido escravizado ou explorado se negro possivelmente teria sido escravizado ou nascido livre. Assim foi formada a maioria da população brasileira. A classe abastada ou veio de fora já nessa condição, ou recebeu alguma ajuda nesse chão.
Por isso precisei estudar um pouco a escravidão desde 1500, a África, a cultura africana, costumes, etnias, religiosidade, antiguidade africana, antiguidade mundial. Realmente a busca por respostas me motivou. Não só por isso! Devia essa resposta e esse entendimento a mim, às minhas filhas, aos meus netos, aos meus pais! Se está sendo difícil com todo o conhecimento que temos, imagine a quem não era permitido perguntar? O racismo era e ainda é empecilho para muitas respostas. Com a imagem da "Branca de Neve", o ideal branco é incutido na mente dos pequenos, como os palácios, a fartura, a riqueza. Diferente disso, a pobreza é considerada um castigo. Então, o cabelo liso e a cor branca é associada à limpeza, a pureza. Isso justificou a escravização do diferente. A criança não entende o racismo que vigora na sociedade. Quer como eu no jardim de infância: ter o cabelo liso dos contos de fadas. Se reparasse melhor veria que não vivia em um castelo. E nem meus pais eram reis! Minha cor é a soma da cor dos dois! A única maneira de mudar isso, pelo menos ter chance de progredir: É estudando! Querem que como seus pais, apenas trabalhem. Por isso dificultaram o estudo deles!
Com a população analfabeta não conhece seus direitos, assim não reclama das dificuldades, não busca por mais conhecimento. Assim votam sempre nos mesmos perpetuando o que já está no poder. No tempo de nossos pais, que lutavam para ter o pão de cada dia e filhos eram pensados como mão de obra para aumentar o pouco dinheiro que recebiam. Quando um filho começava a trabalhar aumentava o lucro do patrão e afastava o jovem do conhecimento. Assim ficavam ainda mais ricos e aumentava a desigualdade que já existia. O negro era criminalizado pela cor, mesmo depois da Abolição. Continuou o pensamento racista e foi mantida essa desigualdade. Nossos pais não podiam sonhar. E ensinavam aos filhos que ter conhecimento não enriquecia ninguém, nem enchia a barriga! Adivinha quem ganhava com isto? Os filhos dos patrões estudavam até fora do país. Um dia expliquei ao meu neto que o filho do patrão estuda para ser patrão do filho do empregado. E assim mantemos a exploração dos mais pobres! Portanto mantemos tudo do jeito que está!
Foram retirados do seu chão
Deixaram parentes, amores, filhos, sua terra, além da separação do chão, quiseram apagar tudo que existia. Assim fez quem os raptou! Depois de tanto tempo, de tanta dor, não haveria como pagar a dignidade humana, a vida tirada! Exige que os descendentes tenham tratamento digno como brasileiros que são.
Imagina no momento seguinte tudo que te importa ser apagado, esquecido? Então você é obrigado a existir uma existência diferente. Tudo o que você conhecia vira crime e sujo. Debaixo de chicote fica sabendo que está em outra terra que não a sua. Onde a língua é diferente. A sua existência é considerada crime. Foram quase 400 anos assim. Boa parte da população se tornou "brasileira" desta maneira ! Como muita coisa foi "apagada", das manifestações culturais, seus rituais, as manifestações religiosas, crenças, culturas dos povos. Foi assim!
Eu não era nascida e você também não! Verdade, do mesmo jeito que ficou conhecendo o sofrimento deles. Fingir o apagamento do sofrimento não vai fazer mais limpa a nossa consciência!
Antes da descoberta precisei ver alguém que amo discriminado!
E foi assim mesmo! Quando tive o diagnóstico da Yasmim, comecei a perceber que os deficientes eram relegados a um segundo plano. Difícil! Os deficientes por exigirem um maior cuidado e atenção em resumo, darem um maior trabalho são discriminados. Mais ainda, o fato de ser menina e negra! De verdade caí em mim, numa realidade que não percebia! Somos criadas para vivermos sem questionar. Então, basta formarmos um família e nos acomodarmos sermos mais uma. Gerarmos filhos e iniciarmos outro núcleo.
De repente fazia diferença ser negra!
Descobri que além de mulher, Yasmim subverteria todos os planos escritos para uma mulher pelos detentores do poder. Seria para sempre dependente, não poderia vender seu trabalho. Enfim não poderia trabalhar para comer! Ter filhos, nem pensar. Seria dependente do amor que tivesse dos outros. E o mais pesado de todos, a negritude, despertava o racismo latente na sociedade.
Hoje tenho ciência disso. E tudo isso foi o combustível para minha busca. Agora busquei na pós-graduação entender um pouco mais sobre a negritude.
Terminei um artigo de título: "Enegrecer" assim:
"Certeza que não podiam comprar títulos de nobreza. Foi preciso aceitar as regras determinadas, o que determinava parecer branco em tudo." Meus pais e seus antepassados precisaram entender ou pelo menos por em prática a mimetização do branco para sobreviver...
No artigo da pós-graduação , "A Inconclusa Abolição", ao final escrevi;
"É inconclusa a Abolição, por que sofre a não Reforma Agrária, o que manteve a desigualdade social, também manteve o analfabetismo na maioria da população. com essa falta foi mantida a diferença social, deixando a população negra sem formação para alçar cargos melhor remunerados, ficando assim, a mão de obra braçal. Os números sociais atuais confirmam que faltou investimento no futuro do país.
Sem dúvida! A Inconclusa Abolição!"
História e Cultura Afro-brasileira
Mais um desafio?
Dois mil e vinte e dois, 23 de março, minha mãe se foi...
Já é 2025, não consigo falar sobre isso! Minha mãe sempre me apoiou em tudo, em todos os desafios, dirá com a Yasmim! Mesmo na sua simplicidade tentava nos ajudar! Realmente era uma forte e me ensinou a ter força também!
Hoje Yasmim quando chora, às vezes pede:
-"Vovó" e eu respondo meio que para mim:
- Está dormindo!
A firmeza, herdei
do meu pai, que também já se foi, me faz resiliente perante os desafios! Enfrento, caio, levanto quantas vezes for necessário!
Amanheci certo dia, em consequência do diabetes, com um derrame na vista direita. Preciso disser que meu avô materno, Antônio, no fim da vida teve suas duas pernas amputadas creio que por diabetes e minha avó materna, Aracy, faleceu cega, por diabetes!
Tive de reaprender a escrever! Logo quando descobri a prazer dela, a escrita?
Estava iniciando a terceira pós-graduação. De certo não iria parar!
Passei a estudar lendo e escrevendo para recuperar a segurança na escrita. Voltei a colorir para trabalhar minha cordenação motora.
Em 2021, demos início pelo IHG, a Biblioteca negra - virtual.
Algo impensável para meus pais!
No dia 3 de março de 2024, me tornei titular da Cadeira 33 de Geraldo Guimarães no IHG de São João del-Rei.
Cadeira 33 do IHGMinhas raízes
Minha avó materna, Aracy, faleceu a dois anos com 98 anos. Meu avô materno, Antônio, faleceu com 78 anos. Minha avó paterna, Maria Rosa, faleceu com 95 anos. Meu avô paterno, Vicente, faleceu em 1958. Muito orgulho de meus avós! Frutificaram onde foram plantados fazendo o melhor de si!
Vô Vicente e Vó Maria RosaKit Sommos para DNA
TestesTestes 1 e 2
DNA parte 2
Somos todos parte de uma Colcha tecida e vivida ao longo dos séculos!
O tecelão caprichoso junta Cores, texturas, origens!
Nissa história costura outras tantas, e formamos uma nova colcha!
Que linda a VIDA!
Meu DNA
MEU DNA NO MUNDO
Busquei junto aos meus parentes saber sobre a minha ancestralidade. As pessoas que tinham respostas sobre ela eu fui anotando.
Mas não tinha como evitar a busca pelo DNA!
Principalmente quando no consegui nenhuma informação da ancestralidade do meu avô paterno o Vicente.
Creio esse deveria ser o caminho de todos brasileiros para que não ficasse essa lacuna nas resposta. Merecemos isso, nós e eles!
MEU DNA
Meu DNA no Mundo em percentagem
Sul da Europa 58.53
ÁfricaOcidental - 14.65
Europa Ocidental - 5.24
Leste da África - 2.65
Américas - 1.61
Chifre da África - 1.15
Judeu Europeu - 0.51
Europa - Judeus Asquenases - 0.51
Irlanda - 10.83
Península Ibérica - 56.86
Norte da África - 5.63
Norte da Etiópia e Somália - 1,15
Leste do Lago Vitória - 1.18
Oeste do Lago Vitória- 1.47
Nigéria - 8.30
Sul da Bacia do Congo - 5.24
Ameríndios do e do centro do México - 0.83
Ameríndios Americanos e do Caribe - 0.78
“Metodologia utilizada
Processo de identificação genética
Aqui, discutimos a metodologia utilizada em nossa análise de ancestralidade, explicando o processo de identificação genética e os métodos empregados para determinar suas origens ancestrais com precisão:
Este teste investiga regiões do genoma em busca de semelhanças entre você e as populações do mundo. Para isso, a amostra é processada com um pequeno chip da IlluminaTM, que permite analisar mais de 650 mil pontos do DNA.
Sua amostra é comparada com informações genéticas de 96 populações dos 5 ancestralidadcontinentes. Os resultados são apresentados em forma de porcentagem e mostram quanto o seu DNA é semelhante ao DNA das pessoas de diferentes partes do mundo.
Além disso, você terá um gráfico dos seus cromossomos que revela de onde vem cada segmento de DNA da sua ancestralidade.
Entenda o gráfico
O que é a pintura cromossômica?
A pintura cromossômica é uma maneira inovadora de visualizar sua origem genética. Essa técnica usa um quadro colorido para representar os 22 pares de cromossomos que compõem o DNA humano, proporcionando uma visão clara e detalhada de suas raízes ancestrais.
Como entender minha pintura cromossômica?
Na sua pintura cromossômica, cada segmento do DNA é colorido para representar até 31 diferentes origens ancestrais. Por exemplo, Espanha e Portugal fazem parte da Europa Mediterrânea, que está incluída na categoria maior da Europa. Embora sejam avaliadas populações específicas, como espanhóis, portugueses e italianos, todas são agrupadas sob a categoria de europeus. Portanto, o DNA que representa ancestralidade europeia é colorido com um tom uniforme.
Segmentação de cores
As cores na pintura cromossômica revelam suas origens ancestrais, e a análise o número e o tamanho dos segmentos de DNA permitem descobrir ainda mais sobre sua ancestralidade.
Quando esse DNA é passado dos pais para os filhos, os cromossomos são misturados de forma aleatória em um processo chamado recombinação.
Esse processo divide os segmentos longos de uma ancestralidade em pedaços menores. Às vezes, pedaços muito pequenos de ancestralidade são perdidos durante essa mistura e não são passados adiante. É por isso que a ancestralidade dos antepassados distantes só aparece em alguns pedaços pequenos do DNA, se aparecer.
Essa mistura genética entre populações anteriormente separadas é chamada de miscigenação. Se a sua pintura cromossômica mostra diferentes cores em várias partes do DNA, isso indica miscigenação na sua história genética.
História através de cores
As Pinturas Cromossômicas mostram histórias genéticas bem diferentes, e não é só por causa das cores!
Faixas longas e sem interrupção de cor indicam que houve uma mistura genética recente.
Os segmentos curtos de diferentes ancestralidades sugerem uma mistura que aconteceu há várias gerações.
Essa é uma jornada fascinante através das gerações que moldaram quem você é.”
Na verdade devia essa resposta a todos nós! Pois meu avô nem tinha como ter esta respostas! Deve ter doído e fez falta na dificuldade que teve na vida ou talvez não se orgulhasse da sua ancestralidade. Não o conheci.Nasci posteriormente lseu falecimento,4 anos antes do meu nascimento!
Missão Cumprida!
Reconstrindo
Dezesseis anos depois do diagnóstico da Yasmim, tanta coisa se passou! Descobri minha força, me reconstruí! Digo isso porque aos "trancos e barrancos" meus pais me deram o melhor que podiam! E aos poucos vi os "valores" que eles me passaram, derrubados pela realidade que sempre existiu! Se mostraram pequenos e insuficientes. Eles lutaram contra e subsistiram nela. Acontece que a família perfeita passou pelo aprendizado da adoção, logo depois, da deficiência seguida pela separação. Descobri a minha força depois de me reconstruir tendo estes novos dados e ir além deles, aprender com eles! Depois que aprendi com o estudo, me tornei capaz de voar e buscar mais conhecimento. Estou quase na metade da terceira pós-graduação que é "Historiografia brasileira". Preciso conhecer um pouco mais da História brasileira. Tenho muito a aprender e conhecer desses temas. Nisso aí vão sessenta anos, mas tenho sede de aprender e conhecer, acho que só paro de falar dessas memórias quando o meu HD travar rs.
YasmimHoje euchorei
Hoje eu chorei
Percebi que o olho esquerdo dela ganhou
a mancha branca da cegueira!
Nunca em minha vida
Sonhei isso para um filho!
Aliás nunca pensamos o mal para um filho!
Faz pouco tempo estou lutando para que a escuridão não me alcance! Estou lutando contra ela mas ainda vejo uma fresta de esperança!
Mas nela NÃO!
Força tenho para lutar!
Será que ela encontrará cor e ânimo para seguir?
Deficiente sou eu!
Ela levanta
Com um sorriso, animada e eu “preocupada” com as dificuldades dela mirando nas minhas!
Vamos vencer!
Uma lembrança antiga, mas hoje me chama atenção. No apartamento na Lei de Castro, meu comprou pai comprou 4 pintos para criar e agora sei que para comer. As crianças adotaram cada um minto a Cíntia era pequena e não escolheu. Piuí, Pepe e Esquizofrênico. Piuí era o maior deles, o do Lamir; Pepe (tipo o Legal) era do Nem; e o Quizô, o Esquizofrênico era meu. Que diacho de nome difícil arrumei. Pois é achei o nome diferente, mas nem imaginava o que seria. Nos divertirmos com os bichinhos mãos 4 cresceram aí o fim deles já estava escrito. Resultado passei muitos anos sem comer frango.
Minha primeira joia vai CASAR!
Entre as coisa lindas que Taissa me deu além de me fazer mãe pela primeira vez! É a primeira bisneta dos meus avós Aracy e Antônio, primeira neta de Luiz e Marina e a mãe mais encantada que sou EU! A primeira neta a ter a graduação! Nossa advogada! Agora vai se casar com pompa e circunstância que merece e sonha!
Aqui vai um "zap" nosso dia desses:
Noite
[...] vendo o comportamento dela (Yasmim) hoje tá mesmo diferente, ela está reagindo mal. Já posso pensar na Igreja por que ela nem está acostumada. Mesmo estando com alguém entendido como a Maíra (prima) eu não deveria entrar com o pai do Rafael! Eu posso estar na missa, ela também mas de forma o mais discreta possível! Não quero de jeito algum embaçar algo tão importante na vida de vocês (Taissa e Rafael)! E também preciso pensar nela. Ficará algo mais próximo do normal! Eu faria tudo como manda o figurino com gosto! Mas não posso sacrificá-la, nem te causar constrangimento! Olha quando me disse do casamento dei a maior força, se era vontade de vocês. O trato era uma cerimônia simples, quase uma benção! Mas agora fala em cerimonial e eu participar entrando com seu sogro... Não quero ofuscar esse momento! Assim, abençôo vocês mesmo fora altar! Eu e Yasmim estaremos lá!
Manhã dia seguinte:
Lembra do Lançamento do Livro e da Defesa do Patrono do IHGSJDR! Você não estava lá pois estava com a Yasmim! Minha vez de não estar com ela! Fui em suasz duas formaturas no Médio e na Graduação e ao nascimento do Henrique! A minha mãe estava viva e ela faria o mesmo! Faça uma promessa para mim! Tudo será filmado e tudo perfeito como você quer e merece! E está resolvido! Minhas duas filhas felizes!
Taíssa: Ok, está certo
Assim estamos felizes!
Taíssa: Mas de toda forma observe o comportamento dela. Porque comportamento a gente muda com comportamento.
E você com o casamento dos sonhos que sonhei para minha filha!
Sei que vamos chorar seja qual a situação, de tão felizes!
Vai entrar com o Henrique?
Seu pai estará lá!
Convença o Nicollas a entrar com o Rosalvo ficará lindo e tocante!
Decisão séria tomada e agora estou feliz!
Ainda na espera pelo casamento da Taissa tenho uma cirurgia...
Catarata
Depois de me submeter a dus aplicações na vista direita para reverter a hemorragia o vítreo ainda falta uma cirurgia de Catarata. Como o que me move são os desafios, vamos a mais este! Amanhã faço o "risco cirúrgico" e só volto a escrever depois de mais essa vitória! Vai ficar tudo bem!
Risco cirúrgicoIa deixar que os acontecimentos se seguissem! Período complicado esse! Até parece que não estou acostumada a desafios... Vamos a eles! Primeiro, minha primeira joia se casa dia 19 de julho às 17 horas. Segundo, dia 06 de julho vou ser submetida à uma cirurgia de Catarata. Já tinha acostumado com a minha ausência no casamento por outro motivo e com razão, explico mais tarde. Me preparo para cirurgia domingo que vem. Vai ser em um mutirão pelo SUS. Meu restabelecimento será em casa, parte acompanhada pelo Carlos e parte pela Taissa. Estou tentando não pensar muito como já será complicado resolver véspera de casamento, eu operada e cuidar da Yasmim.
Dia 01 de julho entra uma nova medicação da Yasmim: Olanzipina 10 mg, antipsicótico. Pode dar efeitos colaterais nessa semana que antecede a cirurgia e 15 dias para o casamento. Claro que não escolhi isso! Mas aprendi arregaçar a manga e enfrentar o que é. Portanto, devo ficar 30 dias sem escrever...
Beirando cirurgia da vista, vou me habituando, parar de ler e escrever, repouso... Aí comecei a ouvir áudio book ou melhor, deixar que leiam um livro para mim. Que delícia, tinha me esquecido desse prazer. Não demora muito tempo e o sono vem! Assim, acabei de ouvir "Olhos d'água" - Conceição Evaristo, já havia lido! Muito bom! Vou gostar desse repouso!
Se não me encontrarem por lá , já sabem...
Pequena lembrança do "Tio Dizinho", irmão da vó Aracy na Rádio de Santos Dumont:
<https://www.facebook.com/share/v/19AaWPYBTm/> Tio Dizinho
Parte dois
do Luiz
Retalhos de lembranças
Colcha de Retalhos
Busquei algo que se assemelhasse ao seu carinho
Encontrei em algo bem guardado
Quase um colo na memória
A colcha de retalhos, presente da vó.
Carinho de memorinhas coloridas e guardadas
No cantinho do coração
"Este, da camisa do João"
"Esse da saia da Conceição"
"Esse da mantinha da Marianinha"
"Esse da calça do seu irmão"
Todos bem costurados celebrando a união
De estórias, de memórias, de emoção!
Cabe também bom cetim "daquele vestidão"
Já nem fecha mais no seio que alimentou você e seus irmãos
Nessa colcha, o carinho e o calor vem na medida
Que abraça presente
Que aquece e aconchega
E teu perfume
Me traz a certeza
De que encontrei meu lugar
https://girassolpoetisando.blogspot.com/2020/12/colcha-de-retalhos.html?m=1
Colcha de retalhos que a Vó Maria fez
Nessa parte das memórias me inspirei em minha avó Maria, a Maria Rosa. Minha avó tinha uma máquina de costura de pedal, uma Singer preta, e passava horas e horas unindo tecidos de roupas velhas e depois, eram forradas com saco de açúcar alvejado formando colchas repletas de cores, histórias e carinho, temperadas com as lembranças. Nossas existências são como essas colchas, um emendado de recordações.
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-Meu pai gracejava sobre café: "Café quatro "Fs": Frio, Fraco com Formiga no Fundo"😊
—Sempre gostei de música acabei junto do Carios 🎺
---Minha mãe trouxe quando se casou, uma boneca de louça, que pelo que soube sua irmã a Mariza também tinha uma. É estranho falar de algo que quem poderia falar dele não está mais entre nós.
---O Bob, aquele cão que acompanhou meu pai andou dando uma esfrega nela, e depois disso o quarto do casal passou a ficar fechado.
----Logo na rua do Córrego do Ouro, ficava a casa da tia Fifia (Manuelina), mãe da Juraci e do Jurandir. Fui no casamento da Juraci..------A boneca da mãe ficava sentada no banco da penteadeira do quarto de minha mãe, esta banqueta era forrada com o mesmo tecido que estava na porta do guarda roupas do conjunto.
---As gêmeas Tatiane e Taciane, junto de José Roberto eram os filhos do Roberto e da Cal.
--O Bebeto, o amiguinho do Carlos de 4 patas, se chamava Bethoven🥰
-A boneca da mãe tinha vestido comprido, não conheço mais detalhes por que minha mãe não deixava pegar.
---Gueixa era a cadelinha que o Deca deu para Sandra, Nem e o Lamir que ficava numa sacola pendurada no portão para que as crianças dessem sossego para ela e que o "avião levou", explicou o Lamir!
---Falando em bonecas, em cima do guarda roupas da minha tia Janda(Jandira) irmã do meu pai tinha duas bonecas, creio serem dela e de sua filha Neuza irmã do Valter ou Valto.
--Como menina, me encantei com as bonecas na casa da tia Janda. Minha tia morava de parede meia com minha avó Maria. Tudo muito simples e pobre.Tinha um terreno lembro tipo descida, ás vezes, brincávamos explorando, mas nem sei precisar o tamanho.
---"Vou te amarrotar a orelha" ameaçou para a rua o Nem que soltava pipa da janela do apartamento.
--Na frente da casa de minha avó paterna, tinha um pequeno jardim tomado por uma florzinha pink cheirosa, se um dia encontrá-la reconhecerei pelo cheiro.
---Tenho guardado no guarda roupas a roupa que minha mãe usou no casamento da Juraci.
--Comida gostosa era feita com carinho pela tia Lady.
---Teve um Natal que só a Cíntia, a caçula, ganhou presente. Um disco infantil pequeno. Tempo difícil!
--‐Voltando à Juracy era com ela que fazia o "cozinhadinho" delicioso, só de lembrar minha boca enche d'água!
--Depois era a casa da tia Lady e do tio Geraldinho, outro lugar de deliciosas lembranças! Junto das primas Valéria, Sara e mais tarde a Nathália. Saudade!
‐---No campinho do Córrego do Ouro, os meninos corriam livres com os primos Celso e Sérgio e as pipas!
------Os meninos desciam a rua Aristides Zanetti, sem calçamento, de carrinho de rolimã.
--Até mesmo a dificuldade pela falta da água encanada, a cozinha era arrumada com a ajuda de um tonel de madeira com água e muita prosa, cantoria e alegria. O trabalho terminava rapidinho dessa forma.
---Bisavó Benedicta( mãe da Vó Cici) parece uma artista na foto sentada.
--‐--Minha primeira joia💎, a Taissa!
--O casal Roberto e Cal eram costureiros de "mão-cheia", não poderia ser diferente! Eles fizeram o meu vestido de noiva e confeccionaram o terno do Jaci.Foi um momento feliz e todo ele ficou no ❤️
---Na apresentação da Esquadrilha da Fumaça o Vinícius sentindo medo tentava desviar o olhar da minha mãe: "Olha a florzinha bonita!"
--Chegou a Yasmim!💝❤️🩷🧡💛💚💙🩵
----Lembro de ter bordado as 7 saias do meu vestido de noiva e de ter feito a grinalda.
---Passei uns 3 meses na casa dos tios Roberto e da Cal em Juiz de Fora.
---A tia Irene e o Alair, foi o primeiro casamento que assisti.
--Me lembro de muita gente na festa do casamento da tia Irene.
--- Sonhava com banheira desde que a do apartamento servia apena para lavar roupas quando tinha água!
-----Lembro que meus país trouxeram amigos de São João para o casamento da tia Irene e do tio Alair.
---Jogava bola de gude com meus irmãos.
-----Jogávamos na "bujaca"!
----Sem calçamento, a Aristides Zanetti chamávamos rua da beta .
----Estavam no casamento da tia Iren: a Cezinha, a Maria Lenita e a Jacira, se me lembro bem.
---A Cíntia e o Misso nos deram a Maíra, e os gêmeos a Luiza e o Lucas e todos os au-aus!
-Irene usou um coque em seu cabelo alisado em seu casamento, estava bonita.
---Yasmim puxou a TV na estante e a TV ficou presa pelo fio...
---Irene e Alair tiveram uma filha, a Ana Paula.
---Nem rodava "arquinho" pela rua.
-Os meninos soltavam pipa no campinho da Rua da Granja(Professor Ribeiro Campos).
---Fazíamos miséria no "Quarto dos Passarinhos"!
----O Henrique parece muito com o Nem pequeno.
-Maíra mora em Lavras junto com a Kiara, sua Rusky.
----No dia que falei sobre o Jaci com os meus pais, meu pai quis proibir mas minha mãe disse que não proibisse por que na hora que chegasse o tempo da Cíntia talvez não acontecesse isso
--Cíntia vivia com os joelhos arrebentados.
-- Na minha formatura da graduação, fiquei hospedada na casa da Lulu, do Claudio e do Higor em Jui de Fora!
---Tinha um sapato para escola de um número que nem calço hoje...
--Tia Irene e Alair moravam em um apartamento. A Lulu cuidava da Ana Paula, fazia uma sopa de macarão "estrelinha" muito cheirosa.
-----Num dos amigo-oculto da família, Lívia deu uma blusa para Yasmim.
---Nas férias e junto da Lulu eu passava dias lá. Brincava com as bonecas da estante do quartoda Ana Paula. Tinham uma situação financeira melhor na família.
---O Nem por pouco não foi atropelado pelo trem!
--Vô Laudelino era descendente indígena e maquinista da Central do Brasil.
--Aprendi muitas coisas de bordado, tricot, creche com minha mãe.
---Filhão dedicado é o Higor da Lulu.
--Primeira adoção na família aconteceu com a primeira esposa do tio Madinho, a Ana. Tinha um problema sério de coração creio que por esse motivo partiram para adoção. Achei lindo o gesto, mal sabia que mais tarde eu iria adotar duas filhas.
---Lembro-me da Renata no meu casamento vestida a rigor com vestido e chapéu branco.
--Cristina amamentava o Matheus com parte do corpinho na cama, de tão grande e gordo!
-Meus pais e eu moramos por 2 anos nessa casa sem luz quando meus pais a construiram.
--Isaurinha e Amilson são os pais do Pedro. Mais música na família!
----O maquinista da família, o Haroldo, faz aniversário no mesmo 15 de novembro e não é gêmeo do Dudu (Paulo César). Os mais novos não tinha o costume de chamar de tio.
-----Numa festa de família no Natal, Carlos usou a camisa do Vasco que dei para o meu pai, Luiz.
--Talvez por terem idades próximas ás nossas Haroldo e Dudu não eram chamados tios.
-Haroldo foi casado com a Fátima, e foi pai da Maria Fernanda e da Maria Raquel que é maquinista da RFFSA.
---Uma madrugada meu avô Antônio saiu procurando uma casa de pijama. Preocupado...
---Helena é a filha Ana Luiza e do Quiquinho e a netinha amada da Lulu!
--Com meses de diferença da Taissa nascia antes Emanuel filho da Isolina e do Madinho. irmão da Renata.
---O Lamir e a Marlene paparicam a Luna, anda no colo!
-Dudu, o Paulo César estudou um pouco piano no Conservatório e mais tarde formou-se em Administração trabalha no escritório de Contabilidade da minha Tia Irene. Venceu um câncer!
---Tia Jurema, irmã pequena de Aracy minha avó recebeu maus tratos de uma madrasta que queimou suas mãos no fogão de lenha.
---"Doutor Coelho Antônio", falava a Taissa!
---Romântico, as gêmeas idênticas minhas primas e damas de honra, perfeito! Meu tio Roberto fez junto com sua esposa a Cal o meu vestido de noiva!
---Elaine esposa do Haroldo teve a Laura, Amanda e o Pedro em Juiz de Fora. -- --
-Do Lamir e da Cristina ganhamos o Matheus!
----Árvore genealógica sempre foi meu foco. Anos atrás desenhei uma árvore genealógica da família do Jaci, cujas as raízes eram Dona Alice e Seu Agostinho, pensei em desenhar a nossa mas depois de certo tamanho em diante seria complicado, apareceriam vácuos!
---Isaurinha arrumando a casa cantava ouvindo Bethânia e Benito Di Paula, pura alegria!
----Do Nem e da Vanda vieram o Vinicius e a Lívia.
-Na época da minha avó Cici morando na Capitão Nestor tinha a vizinha Tia Jura (Jurema) mãe da Alba, da Sussuca e da Andréia. Lembro do primeiro beijo e que a luz do poste apagou!
-‐---Vó Cici tricotando sapatinhos para os netos. Eu e a Lulu paquerando os irmãos Cidinho e o Bebeto. Do uniforme escolar cinza da Lulu do Polivalente e dela arrumando a bolsa para fugir, enquanto era observada pelo Haroldo. Minha avó Cici fazia o almoço, tranquila.
---Meu pai nos fotografava em posição de sentido.
----Lembro-me que os tios Roberto e Haroldo nos visitavam nos finais de semana e traziam uma pequena vitrola era uma festa!
--Irene olhava a festa da cadelinha Maitê e ao fundo o apito da RFFSA. Alair sempre tranquilo e muito cordato. De bigode bem aparado. Apartamento confortável, o quarto da Ana Paula já não tinha a estante de bonecas.
----A cadelinha Milla era bem encrequeira, mas tirávamos ela da encrenca colocando ela no colo!
-----A Lulu ficava "toda prosa" com as sobrinhas "branca", Ana Paula e a morena, Cíntia!
-China (Ademir) irmão do meu pai, era pai do Adelson e da Adelita eram de São José dos Campos.
---Lucas desenha super bem!
-----Mariza e Manoel já moram sem a Márcia, o Preto (Márcio) e o Marco. Provei lá o angu branco que não conhecia. Muita volta para chegar no "Ó", o bairro!
---Dircinha foi a primeira esposa do China, mãe do Adelson e do Alex.
--Delícia ouvir o Preto cantando "Canteiros" do Fagner. Muito "Pó de Carbureto".
---Luíza tem os olhos claros como o meu pai.
---Com o Rafael, ganhamos o Nicollas!
----"Parabéns", Yasmim disse quando a Yana da Najla fez um aninho!
----Eu achava a tia Irene irmã do meu pai bonita! Ela era mãe da Edinha com marido filhos moravam em São Paulo.
-Graças á miscigenação a maioria da família é parda e parte preta. Somos brasileiros!
---Lina(Celina) era irmã mais velha do pai, Luiz. Era mãe do Téte, do Vicente e da Nilzinha.
-Quando "tocava" na flauta soprano "Carinhoso", pensava no meu vô Antônio.
--Da Taissa e do Alex, veio o bisneto Henrique!
--Dona Cici era muito boa de conversar era bem atualizada!
--Pipas grandes eram conhecidas como caixotes...
---As irmãs são: Taissa, Najla e Yasmim.
-Lulu tinha amigas italianas de famílias ligadas à Carbureto; a Jane e a Kiko, me lembro que uma delas era loura.
-Meu avô Vicente fez um "mancebo"para coar café de ferro).
---- "Mamãe", " molo", "pizza","patel", "acu", Yasmim pediu!
--Tio Dizinho (Jurandir) era o irmão mais novo da vó Cici, era radialista em Santos Dumont.
---Devo ter "puxado" minha vó Maria, adoro vinho!
----Madinho trabalhou muito tempo na gráfica onde faziam latas.
---Yasmim chama a Taissa e o Henrique. "Tatá" "Ia".
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Tentei cozer uma "Colcha de Retalhos de lembranças" e assim fazer uma árvore genealógica diferente, a que posso fazer! Um carinho em todos!
Sem mais até aqui!
Sandra
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