terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Morreu

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 Uma poeira que deixou de ser cósmica

Um infeliz que se fez seguir por "buracos de nada"

Presumiu-se glória ergueu a escória nacional.

Talvez fosse bom em observar o Zodíaco

Espiritualidade trocava como as cuecas.

E filosofou sendo antítese da Rainha do Pensar.

Encontrou ecos, formou exércitos de néscios

Lucrou, porém não o bastante para se bastar na meca do capital

Precisou da excelência da ciência da terra que cuspiu

Fugiu como um rato que sempre foi, 

Para o lugar que chamava de seu

Morte emblemática do mal que ajudou a espalhar e empestear,

A peste, infelizmente não levou a besta!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Mãe a distância

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Tinha um sonho: 

ter no colo um filho!

Vivi feliz com a realização 

Duas vezes!

E veio um tempo 

Que esse sonho exigiu 

uma declaração  de amor:

Ficar distante para cuidar

Do sonho e do sonhador!

Então  nosso viver é sorrir

Com as lembranças  guardadas

Sonhar afetos futuros

Compartilhar carinhos improvisados

Porém não  menos devotados

Temperados pela comidinha gostosa

O carinho que bagunça  o cabelo e a memória

E a promessa de no futuro

Compensar e dizer em alto e bom som

Te amo


terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Outra vez

 

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Tempo sem cor, sem sabor

Aquele, que mais distantes ficamos

Coração apertado, peito sofrido,

Do lado de cá, do lado de lá

Aqui a saudade assola,

De lá, o ar difícil, choro daqui, chora de lá

Daqui te ouço, te carinho, tento te acompanhar no caminho.

Te arrancar um sorriso, te plantar outro sonho.

Sonho a dois que passos aproximam 

Olhos resplandecem a luz do coração

Transborda no meu sorriso

que rescende em todos poros!

Tô feliz!

Acaba o pesadelo!

Te ver!

Pula meu coração de contentamento

Em curto período de tempo,

Extasiada me revelei.

É você! Outra vez quero você!

Volto a te seguir antes do Sol,

Te acolho como girassol



domingo, 16 de janeiro de 2022

Vai passar!

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Vai passar!

Vem aí fevereiro, 

E esse povo que se esqueceu que faltou dinheiro, para o alimento do herdeiro

Juntou tostões para o pão e o trabalho espera produção,

O estômago reclama de solidão, você sente os olhos do patrão

Que confere a bolsa, nela  mais um milhão.

Problema não! Vou me esbaldar no frenesi transpirar

Aqui é meu lugar,  vou me cansar de amar, de cantar ,de sambar

Esqueço a dor, a fome, o torpor de  nada ter.

Mas 'Thiago' a vida por que  se faz escuro, eu canto,

Amanhã o Sol me desperta. 

Brilha no meu olhar a esperança que de mim tiraram.

Volta o sorriso,  volta meu brilho, por que luto e tenho certeza,

Vai passar!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Conto de Natal - o frango que sobreviveu duas vezes

https://images.app.goo.gl/1T6SeTXbda4i4nwW7

Tempos difíceis. Mas a família  ainda consegue  se reunir.

Nada muito  sofisticado, o prato  principal era um chester, aquele  frangão, que pode usar soutien...

O irmão  trouxe do supermercado, e avisou para mãe para colocar no forno  mantendo o invólucro  interno, com bastante antecedência. Assim o galinhão - não  foi informado o sexo - foi para o forno  às 18 horas. Feito isso, pandemia, lembra? Família  vacinada, poucas demonstrações  de carinho, medo. Espaço amplo e em pequeno  número, chegaram. Alegria, sorrisos, zoação, felizes  pelo encontro  muitas  vezes adiado. 

Noite I - Ceia

Alguma preocupação na cozinha, o 'personagem' principal já  assava fazia tempo (gás caro...), porém não  tinha a aparência da TV. Precisava se 'bronzear'. Os donos da casa estavam visivelmente  preocupados, por sorte, uma sobrinha  levaria um 'lagarto' - carne bovina- recheado. Noite agradável, mas já  se aproximava das 23 horas e o frango nada de pegar 'cor'. Chega  o lagarto. era visível  a euforia. Iniciou-se  a confraternização, risos e descontração à mesa e claro, lembraram do personagem que agora  era 'banhado' com a gordurinha depositada na embalagem. O anfitrião  gracejou "achei que teria de servir ovos, porque  o frango não  ficava pronto...". Servida a sobremesa  houve troca de presentes  e em seguida voltram para suas casas. 

O frango? Repousou no tabuleiro na temperatura  ambiente dentro  do forno  desligado, o resto da noite.

Dia II - Almoço

Apenas parte da família estava, outra parte, mas o personagem  central era o mesmo, agora já  pré-assado, e se bronzeando...

Conversa vai, prosa vem, muita animação! E o frango relaxava. Dessa vez não  haveria  o ''lagarto salvador" que foi  servido como 'beliscos'  para aperitivo. Preocupação! Os anfitriões buscavam alguma solução, quando uma prima sugeriu que fosse tirado o papel  alumínio  que cobria o tabuleiro. 

Finalmente  o galinhão, com o peito a mostra, se bronzeou! 

Alívio  geral! Se fartaram da apetitosa refeição...

Esse assunto  rendeu gargalhadas na última  reunião, com outro frango, assado e bronzeado.



quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Banho de bacia





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 Conto esse causo para os jovens de hoje. As coisas não eram fáceis século passado, 22 anos atrás, principalmente no início, pelo menos nas pequenas cidades. Aqui e ali ainda continua complicado... 

Um amigo me contou que na casa dele não tinha água encanada. Para uso doméstico (cozinhar,banho) buscavam água em latas ou baldes em bicas, fontes ou no rio. Lavar roupas, só nesses locais. 

Para poupar o bem escasso, o banho da família era de bacia. A água era aquecida no fogão a lenha, colocada na bacia em algum canto da casa e 'temperada com água fria, como preparamos o banho de um bebê. 

Como na família tinham 5 pessoas, eram três banhos, um só para a bebê (caçula), um para os dois filhos maiores (ainda crianças) e uma para os adultos (pais).

Até aqui, meu amigo entendia mas reclamou:

"Não me fala em bacia, sou traumatizado!" Algum acidente?, Perguntei.

"Tomava banho depois de minha irmã. Sei lá o que ela fazia nessa água!..."

Sejam gratos às facilidades que têm hoje! Muitos não tem.

domingo, 9 de janeiro de 2022

Como o amor nos surpreendeu?

 

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Boa pergunta! Talvez ele não  nos causasse temor!

Talvez pelo improvável. 

Mundos distantes e diferentes

Já estivéssemos com o coração  em repouso, 

Nada buscássemos - encontramos!

Aí a poesia nos laçou! 

Pescou nosso coração  e se fartou!

Nossas falas ganharam e ritmo ao se completar.

 Juntos, nossos versos  se completavam.

Poesia, somos nós!

Manhã de outubro

   

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   Acordei confusa depois de uma noite agitada. Tentei relembrar o que tanto me deixara transtornada. Bem verdade, por um longo período, não acreditávamos ser possível sair  do pesadelo. É certo que o podíamos prever, mas não com tanto requinte de perversão! Um sonho que daria um roteiro de filme de terror de quinta categoria, no qual fomos colocados em uma realidade de 180º, onde coisas inacreditáveis nos envolviam sem ter chance de fuga. A comédia pastelão teve dancinha na praia feita por 'alienados patriotas', compartilhada no zap nos 4 quantos  do país. Alienados por que pareciam não se importar com a ficha corrida do dito personagem, que babava ódio e empesteava o ar - geral. 

    Figuras estranhíssimas passaram a ocupar o noticiário, vomitando a mesma expressão - Mito! Com a chegada dele ao poder, tudo estaria resolvido! Um paraíso sem corrupção, armas liberadas, dinheiro para investir, saúde privada para todos. Com a Deforma Trabalhista, todos seriam patrões! Sindicato , para quê? Cada um negociaria seu próprio salário. Todos poderiam ter a "Ferrari de ouro" do Lulinha....

     Pensando bem, podem ter o que não existia! Mas o zap disse que tinha! Tinha também uma "mamadeira de piroca" que se tornou o pesadelo dos falsos moralistas, que bradavam contra uma tal, "ideologia de gênero" que mudava a opção sexual das crianças. Porém, verificar isso 'in loco', em reuniões escolares, eles não tinham tempo. Apenas repetiam o que o zap mandava. 

     Um político com 28 anos como deputado federal, sem nenhuma relevância, foi alçado à Presidência, num"virar de página de jornal", que desde o início poderia ser policial...Rachadinhas, rachadões e rachadas - essas pelo vocabulário chulo do personagem. Nesse ponto, percebemos  que ódio dele  ecoava em pessoas que julgávamos sensatas. Foram famílias que brigaram, amizades terminadas. Diálogo, impossível. A Torre de Babel era aqui! 

    A partir daí construiu-se uma ambiente propício para eleger o coiso. No meu caso, me senti desesperançada desde então. Mesmo tendo sido durante muito tempo uma 'alienada com título de eleitor na mão', não caí no engôdo. Tentei me informar, e já no primeiro turno, foi #EleNão! Mas ainda tinha medo do 'bicho papão esquerda', aí votei no Ciro - decepção. Na hora que o Brasil precisava que apoiasse o Haddad, foi para Paris... 

     E o pesadelo começou a se concretizar. Mesmo sendo eleito não havia um clima de festa na posse. Instalou-se um clima de guerra, de pessoas armadas até os dentes nos telhados, segurança que manteve os eleitores distantes e, nem mesmo a imprensa teve acesso livre para mostrar o que acontecia em Brasília, para a decepção dos eleitores e adversários que cedo descobriram que se tornariam inimigos. Até água e banheiro negaram. Num showzinho, a primeira dama discursou em libras - louvável para os deficientes auditivos, mas hoje penso que, assim fez para que não tivesse  fala, e não fosse confrontada no dia seguinte, quando os conselhos fossem extintos pelo presidente, retirando a participação popular em decisões que afetariam esse público.

    Dai foi ladeira abaixo. Todos os dias notícias que deixavam boquiaberto o telespectador mais desatento. Fundiu ministérios, extinguiu outros. Numa dessas, colocou a Funai no \Ministério da Agricultura - a raposa vigiando o galinheiro. A grita foi tanta, que desfizeram a 'arrumação, ou parte dela. Mas já nesse momento apareceram os primeiros arrependidos :"Mito, eu votei no senhor. Trabalho no Ministério do Meio Ambiente, e a Agricultura não pode cuidar do Meio Ambiente..." isso era 2019 - promessa de muita confusão. 

    Quando as pessoas da Esquerda, perceberam que seriam 4 anos de sufoco, se assustaram. Desesperei por que acostumei com a troca de governo de 4 em 4 anos, contudo o eleito não desceu do palanque e partiu para campanha  de reeleição. Só tínhamos uma certeza, podia piorar. Foi o que aconteceu. Os empregos prometidos desde o Temer minguaram, o crescimento não aconteceu. Para piorar, amanheceu 2020 com febre e uma gripe estranha tomando o mundo de assalto. Fecha tudo! Avisa a OMS. Na China as mortes aconteciam e até um mega hospital for erguido em tempo recorde para que o vírus não se espalhasse na gigantesca população.

    E aqui como se não bastasse, minimizaram a letalidade do vírus. O Brasil precisava mostrar ao Mundo o sucesso do Mito. Afinal, tínhamos o Guedes cuidando da economia. Guedes?! Que Guedes!? O Ministro do Pinochet, que implementou um desastroso plano econômico no Chile, até hoje idosos se matam para não pesarem no orçamento dos filhos. Acabou com o Ministério do Trabalho. Para quê? Não teríamos trabalhadores, teríamos "terceirizados" sem  vínculo empregatício! Ora, se não existe emprego, não come - aposentar é nunca! Escravo é o nome! A mídia burguesa, bate palmas e pede  bis! Claro, afinal esse é o caminho. Deforma da Previdência. Escravo trabalha até morrer, na beira do buraco prá não precisar nem de caixão. 

     A morte apavora o Mundo que viu o perigo do negacionismo na prevenção, assistiu cortejos fúnebres de caminhões militares levando mortos sem direito a lágrima, deles e dos seus.  Mal presságio... No Brasil, briga em praça pública para não usar a máscara. Adivinha quem deu o exemplo? 'Adivinhão'! Já nessa época  eu avisava que a intenção era nos matar:

Trecho de O Futuro respira morte de minha autoria:

Mundo sádico.
Não veio a chuva de bênçãos  proclamada nos púlpitos,
Afinal, o messias governava a nação.
Usaram deus para ludibriar o povão...
Não só ele, todos que foram inoculados pelo ódio vindo da comunicação
O país se perdeu, se esqueceu, morreu.
Deixou seu povo chorando no escuro, qual criança abandonada à sua própria (má)sorte.
E veio a peste, silenciosa, traiçoeira, ajudando a besta a derrotar a esperança derradeira.
Chove e chora o céu por muitos que se foram, inocentes ou não,
A morte é igual quando deixa órfão um coração.
A esperança no amanhã se enterra em cada caixão
Mortos-vivos em todos os cortejos, caminham ao léu
Aguardando a vez da infeliz lhe cobrir com o véu.
Aquela maldita boca cuspiu: "todo mundo vai morrer um dia"
E o verde daquela bandeira que não orgulha ninguém de se cobrir, vai aos poucos
entristecendo, de lágrimas morrendo, enlutando um chão que se tornou valão.
"Essa é a parte que te cabe nesse latifúndio..."

 O povo, "dormia como um anjo de peito apertado. Sentia a pressão que fazia curta a respiração"  O ar faltou em Manaus e o descaso mostrava sua cara feia, na falta de medicação para sedar... Mas ainda estava na metade.   Circo de horrores, a reunião ministerial, trazida a tona pelo Sinistro da Ju$tiça Parcial Ladrão - qual a surpresa? Não era um ministério, era o Gabinete do Crime do Rio das Ostras - só podia, com aquele linguajar, com aquelas falas, com aquela realidade paralela! Um pesadelo na tela.

     Se fosse contar o que motiva a palavra   pesadelo, escreveria um filme. Filme que alguém escreverá com riqueza de detalhes para tentar exorcizar esse tempo inacreditável.  Mas hoje acordo de um pesadelo. Nessa manhã de outubro, onde todos gostaríamos de estar! Faço nesse janeiro de 2022 e nesses meses que antecedem tão importante data, um amanhecer do dia que poderemos tomar nas mãos as rédeas de nossa história. Para isso precisamos ser professorais em mostrar o quanto essa ignorância que trouxe essa coisa para a presidência, é consequência de uma educação pensada para não educar. Facilitando a subjugação de um povo valoroso, que sempre comeu o pão conquistado com seu suor, mas que aprendeu, desses crápulas, que não tem nenhum valor, para  ser mais explorado.

    Que cada um de nós, construa o conhecimento a ser compartilhado. É urgente esse trabalho! Converse, argumente, explique. O Brasil e os brasileirinhos, contam com a gente para terem futuro.

    


terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Amor maduro

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Cheiro exala, inebria 

Na hora de ser saboreado

Por que chegou o tempo

Doçura no ponto

Tenro da vez

Beleza que se mostra, para admiração

Revela outras sensações

Outras entregas

Se revela no olhar, no carinho

No amar!

Momentos - todos eternos

De apetitosa fruta

Que se rouba do pé

Guarda no coração

domingo, 2 de janeiro de 2022

2022, 2

 

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Passada a euforia

Os fogos, os votos

O Sol nasce de ressaca.

Foram comedidos abraços

Sincera a alegria de celebrar o sobreviver!

Mas as marcas, agora cicatrizes da dor

Insistem na amarga lembrança...

Mas vivos, para gritar

Para mais uma vez o punho cerrar

Para erguer os olhos e lutar

A alegria da vida celebrar

Do amor compartilhar

Que não se apagará!

Existem olhos famintos

Lágrimas injustiçadas

Terra mãe sendo torturada

Por 'filhos' desmemoriados

Que não só retiram dela seu sustento,

Matam-na para não dividir o alimento.

Mas a dízima tem mais 363 chances

De fazer valer a pena alguém nos ter concebido.

sábado, 1 de janeiro de 2022

Faço misérias no seu coração

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"Faço misérias  no seu coração"

Faço tua vida uma canção!

Que acorde sorrindo, que me tire para  dançar.

Que construa ninhos como os passarinhos, 

Que rodopie nos rodamoinhos, 

Que faça do sonho de hoje o roteiro do amanhã! 

Por que  está comigo, 

Por que vou contigo  soprar o cata-vento colorido,

Feito no momento  travesso que nos demos o coração! 

Esse passarinho é uma ...passarinha?!!!

 

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Esse texto tem 282 leituras no Recanto das Letras, site de escritores. Ele está na parte Beija-flor e é de 2009:


Esta é para meu pai...saudades

Meu pai sempre gostou de pássaros, em casa criava canários-belga. Lindos e canoros, sempre teve paixão por eles. Ficava horas a observá-los. Cuidava com zelo. E como entendido, em um simples soprar de penas, sabia se era macho ou fêmea.

O tempo passou, meu pai se foi...e minha mãe continuou a cuidar dos pássaros. Claro, de boa vontade, mas não entendendo nada do assunto. Na época de acasalamento, colocava os pretendentes em uma gaiola, se começassem o namoro estava resolvido, se brigassem eram rapazes, se ficassem "na sua" eram moças(sim, moças, primeiro namoro). E assim errando e acertando, conseguiu muitos filhotes. É bonito de se ver, quando estão reunidos, os machos cantam muito, para competir entre eles, e conquistar as fêmeas.

Certo dia presenteou meu irmão com um canário "macho". Ele se empolgou colocou em uma gaiola modelo castelo de madeira, afinal o "cantor" merecia... Na reunião seguinte, lá estava o pássaro cercado de outros machos da espécie para o concerto. Minha irmã, que pouco ou nada entende de pássaros, arriscou:" Esse seu passarinho, tem cara de passarinha..." Não deram ouvidos. E começou a cantoria. Alguns mais velhos, dobravam o canto, arrepiavam-se, e os mais novos ensaiavam tímidos piados. Mas e o pássaro do meu irmão? Vou deixar que ele mesmo responda...

" Ele estufa o peito, faz a pose e...NADA! Só dubla o vizinho..." Fêmeas não cantam só observam os machos...decerto só quer paquerar. Deu um ultimato:" Ou canta ou despejo do castelo..." Coitadinha...


COLCHA DA VÓ MARIA

Colcha da da Vó Maria DNA parte 2 Somostodos parte de uma Colcha tecida e vivida ao longo dos séculos! O tecelão caprichoso junta Cores, te...