Acontecida em dezembro de 2002 e ao que se seguiu.
Estava em casa de parentes que são meus amigos aqui. Por motivos óbvios não
citarei nomes. Era um churrasco de família onde a fartura era rotina. Muita risada,
cenas engraçadas, longas prosas.
Eis que a certa altura e uns
goles a mais, o dono da casa disse de forma solene: "Aproveitem o
churrasco que pode ser o último!" Pelo tom grave, liguei a fala à eleição
de Luiz Inácio Lula da Silva. Me solidarizei por que era daquela forma que
entendia naquele tempo. Também temia o futuro! Mesmo temendo, comecei a me
atentar ao que acontecia ao meu redor.
O churrasco na dita casa
tornou-se semanal. Na minha cidade o "cheiro de churrasco impregnava.
Pelas esquinas, tudo era motivo para comemorar. Não só a benção de poder se
alimentar com dignidade e pequenos "luxos". Mas o 'dar asas ao
sonho'. Todos podiam sonhar! Esse parente cercou a propriedade com cana -de
-açúcar para com ela mandar fabricar a cachaça consumida em casa, além de
outras benfeitorias. Emprego era fácil e de carteira assinada.
No meu caso me lembro de ter
conseguido o BPC para minha filha. Meu contexto era casada, classe- média
baixa, estável e de direita. Divorciada e com uma filha deficiente meu contexto
mudou muito e passei a depender do BPC dela, por que sua deficiência é
debilitante e retirava a autonomia. Voltei a estudar a distância pela UFJF em
seguida fiz uma pós em 2018. Estudo até hoje o que tenho acesso. Hoje percebo a
'carestia', palavrinha que ouvia na minha infância e até esqueci.
Não sei o que o parente está
achando disso tudo, mas digo, se saiu da alienação na qual vivíamos, está
torcendo para o Lula voltar!
Repara aí: está melhor agora?
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"Vamos lá fazer o que será"