terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Fazer diferença e reduzir a diferença

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Circulando por aí, leio comentários preconceituosos como "bolsas tem porta de entrada , mas não de saída...". isso é dizer, que a pessoa tem opção de precisar ou não de políticas sociais. O "buraco" da necessidade é bem mais profundo do que a política pública. Mas o quanto essa política foi postergada. Algo que começou errado, não poderia ser resolvido apenas com políticas afirmativas. Não se trata apenas de racismo, por que ele foi, é e será a base da tragédia brasileira, mas a desigualdade de classe social, que provê mão-de-obra barata para manter tudo como está. Pessoas que não tem uma educação de qualidade, que não cresceram vendo os pais lendo, dificilmente desenvolverão o hábito de leitura. Então pessoas que tiveram todas as oportunidades de educação, que tiveram os pais como incentivadores da leitura, já entram nessa corrida com um corpo e meio de vantagem. Desde cedo olham os outros pelo retrovisor, enquanto aceleram. Sempre encararão políticas sociais como paternalistas, e têm pronto o discurso de "dar o peixe, mas não ensina a pescar..." Mujica disse: de que vale ensinar a pescar, se não fornece varas. Pois é! Precisei viver na pele o que esse discurso provoca nas pessoas. Desde 2008 escrevo, mas nunca me senti escritora, e numa dessas chances que raramente aparecem na vida de uma pobre,e desconhecida, alguém leu um poema meu. Depois disso o que se seguiu foi espantoso. Minha vida transformou-se. Não fiquei rica, já adianto! Mas essa vivência propiciou o contato com pessoas que antes não sabiam de minha existência e que eu, passaria a vida sem conhecê-las! É isso! Quantas pessoas passam ou passaram pela vida sem ter a oportunidade que tive? Hoje continuo o meu aprendizado, reconheço que tenho muito a aprender. mas sinto que preciso usar essa voz, que hoje sei que tenho, para pedir aos que tem espaço, que ouçam com atenção, aos que nunca foram ouvidos. Isso faz diferença e reduz a diferença. Quando o ato de cobrar um direito pode custar a vida...Alguém se acha dono do outro, para surrar a pessoa até a morte e até o momento ninguém foi responsabilizado. Qual o futuro foi silenciado? Alguém veio de longe buscando uma oportunidade que já foi negada para os que estão aqui, Que justiça é essa? Que país é esse? Que povo é esse? Um povo descartado, negligenciado e odiado! Seja por racismo, por xenofobia, por fome, por segurança ou simplesmente por omissão. Os mesmos que acumulam títulos acadêmicos, riqueza, terras, fartura e tudo isso que nunca foi revertido para grande parte da população.

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