terça-feira, 14 de junho de 2022

Quando te conheci

 

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Quando te conheci, sabia que a distância  daria o tom. Que cada encontro teria um quê de despedida. Que nossa promessa não  tinha não,  teria o selo "cumpra-se"! Tinha a leveza da brisa, que se renovava no olhar trocado em meu portão. Que mal disfarçava a avidez de se ver. Aí  o carinho era trocado por um jornal, um livro, uma mudinha, um perfume...  e aí cada um doava um pedacinho de si, que o outro levava com a cerimônia  de um tesouro. Quantos portões ficaram eternizados no coração? Aquele olhar, tão raro, tão  desejado, nos alimentou nesse tempo  de sonho e segredo. Pensamento  incômodo - quando não  mais? Já  não  chego ao portão, a poesia já  não  vive no olhar de se encontrar.  Já  não  desço lépida, leve, para te encontrar, porque  você não  está  lá! Não  mais o beijo urgente, roubado, sequestrado  da nossa vida, no momento  só nosso! De um paraíso em qualquer  lugar, abençoado  pela chuva de dezembro, o carinho  de cada gesto, tatuado e perfumado em nossa  lembrança! Estado  de graça dos dois! Em algum lugar, onde só nós sabemos chegar! Amo você!

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