quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Vivência pandêmica

      

 
                                          https://www.fup.org.br/media/k2/items/cache/e64ed5ae347545f1fd5acafc1cf735ed_XL.jpg?t=20201119_201000

Vi e vivi muita coisa durante a Pandemia do Covid - 19. No início de março de 2020, a China era um lugar distante, muito longe da  minha realidade. Eu ouvia relatos aqui e ali, mas não tinha noção da gravidade do que acontecia, e levava minha filha caçula para uma escola regular, que a duras penas as duas Minha filha e a escola) se adaptavam. Minha filha é uma autista severo, acompanhada por uma professora apoio, e estava incluída.

    Fiquei sabendo que a escola suspenderia as aulas por que apareceu o alerta de Pandemia da OMS. Sabia ser necessário mas algo me preocupou - rotinas seriam interrompidas e sabia bem o que isso significava para uma autista severo. Precisei mudar as rotinas da casa para que, com a presença maior da minha filha e minha casa funcionasse bem dentro do possível. Não sabia por quanto tempo. Nesta hora agradeci a pós-graduação em Ensino Estruturado, que se não foi a solução do desafio, me ajudou  e ajuda trabalhar com ela até hoje.

    Vivi vários dramas pessoais, relacionados a  ela, o mais complicado foi a perda da visão do olho direito e o grave comprometimento do olho esquerdo, praticamente só vê vultos. Isso devido à autoagressão... às vezes me pergunto, ou antes, me perguntam - como ainda sou alguém de grande vitalidade e sorriso fácil?

     Voltando ao Mundo que girava, do lado de fora, a Pandemia fazia vítimas na China, na Itália... O medo aumentava e a torcida que não chegasse aqui. 

    Morreu uma empregada doméstica, que os patrões chegaram da Itália com  Covid - 19. Lembro-me de ter conversado com uma amiga se ela estava se cuidando e ela me disse que estava em casa e que a empregada estava trabalhando. Me alarmei. Perguntei se a empregada morava com ela e dormia, ela me respondeu: "vem e volta todos os dias". Aí pensei, a empregada precisa trabalhar e a patroa me deu a seguinte resposta " é de cor, mas é muito limpinha e de confiança" -. Nada mudou nesses 130 anos da Abolição! Aliás, ainda vivemos o dia 14 de maio de 1888! A minha amiga sinhá, não podia sobreviver sem a mucama "limpinha e de confiança"!

 Quantas se foram, prestando o mesmo serviço com essa Pandemia? 

Hoje vivemos as consequências daquele 13 de maio mal arranjado, que soltou escravos ao Deus dará pelo país! Li um meme (forma de comunicação pejorativa de um fato. Dizia em um outdoor que a Princesa assinou a Lei, mas não assinou nossa carteira...

    Os escravos de hoje, como dantes, precisam trabalhar para comer, e na Pandemia, sob o risco de vida! Sobre a carteira - que carteira? Viramos empreendedores! Usamos nossas ferramentas, pagamos o combustível e a manutenção e torcemos para não morrer no trabalho e não deixar as dívidas para os herdeiros! 

    Não sei que fim levou a "limpinha e de confiança" peço a Deus que não esteja entre as quase 700 mil vítimas do Covid, que seu filho não tenha sido outro Miguel, que seu marido não seja um "sequelado" do Covid lutando para sobreviver e ser assistido pela saúde pública. 

    Enquanto a minha ex- quase amiga, está fazendo campanha para a reeleição do "minto"!

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Não entendo

 


                    https://www.portugues.com.br/gramatica/ponto-de-interrogacao.html

Não  entendo.

O B,  grita, mente, esbraveja, ofende, incentiva a matança, corrompe, rouba, diz eu falo - vocês obedecem.

 O C, grita, bufa, sua, esperneia,  repete mentiras já desmentidas, e para imitar o B, ofende, se olha no espelho do ego e diz: meu plano  é o melhor! 

Poucos concordam com ambos!

 Enquanto  o L, não  se importa em aparecer; brilha, lumia e ilumina! Atrai o olhar como ímã. Tem ouvidos sedentos de sua sabedoria, e ouve como um aprendiz onde estiver. Seja na casa simples de chão batido ou numa carruagem  real. Exatamente  o que o b e o c não fazem! Falta-lhes o "torque intelectual" - o que César Calejon, disse sobre o L - creio que a vida forjou. 

Ouso dizer que inveja mata.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Eles poderiam estar vivos

 


O documentário é um ritual de exorcismo das mortes pelo Covid -19. Foi uma dor silenciada, quando o choro foi impedido  pelo distanciamento, pelo não abraço de despedida  o não  segurar a mão  de quem  se foi sozinho! 

Talvez  chorando  assistindo  o documentário, consigamos  visualizar  o tamanho da perda.

Não  conseguiríamos precisar a revolta decorrente dessa noção de genocídio. Está  doendo, mas aprenderemos a caminhar  chorando. Com passos trópegos pela dor da visão. Vamos  nos curar! 

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Com qual moral?

 

                                                                                  https://images.app.goo.gl/wS6VzSVuMv7iHbKd9

Com qual moral?

A dos 39 kg de cocaína em avião oficial?

A da logística e "competência" do ministro  da saúde?

A da virulência mantida com Viagra?

A de servirem  de poste para um tenente?

A de deixarem arrebentada a cerca que fechava a nação?

Minúsculo  como o nosso tamanho!

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Ser mulher (Tebet)


https://images.app.goo.gl/XeXaqs7EaqXwJiZ2A

Escrevi anos atrás um poema  com esse título. Está no Recanto de Letras. Nele, fiz em verso minha visão do que seria ser mulher naquela  época. Dizia que colaborávamos com os planos divinos, que acalentávamos a humanidade, do carinho e amor  que somos capazes de sentir, da eficiência que nos é peculiar  quando o tema é  nosso foco, do poder de transformar situações. O lado cor-de-rosa de ser mulher.

No o artigo  do Tiago  Amparo sobre a senadora Simone Tebet, o autor discorre sobre o debate presidencial, no qual ela sem dúvida, se saiu bem e se tornou  objeto de  sonho do poder por juntar  todas as virtudes de mulher. Mas de que mulher falamos?

Depende  do prisma que  olhamos. Quando  escrevi o poema, tinha  uma visão “romantizada” do lugar  da mulher  no mundo. Isso  dá a visão da Tebet  no mundo, que no máximo  que eu posso idealizar. Sou pobre, tive uma vida confortável até  certa parte de minha  vida, mas depois do divórcio, comecei a ter contato com a minha verdadeira  realidade: pobre, mulher, negra, mãe de deficiente. A visão  romântica  da vida se desfaz na primeira dificuldade que  a mulher  tem. Nessa hora  se torna  uma leoa na defesa  da prole. Os filhos, as necessidades deles, nos moldam. Quando isso  acontece  nos transformamos em guerreiras. Sem esquecer, temos  a humanidade  como irmã.

A senadora, agiu como uma feminista, mas não  como uma mulher – não a que dorme  de madrugada e levanta na mesma hora para trabalhar no primeiro turno de trabalho, tenta engolir  o almoço  para pegar o segundo turno de trabalho e vai para a casa( se tiver)  assumir o terceiro turno de trabalho.   Tempo para ela? Dorme com o resto de  creme no cabelo, se tiver o creme. Banho de 5 minutos,  no intervalo de uma tarefa ou outra.

Muitas vezes  a contribuição  masculina  é na alimentação, e na divisão  das contas. Nem imagina  a vida, a história  da senadora. Mas como mulher vê a fala em defesa  da jornalista. Na pouca ou nenhuma educação que a vida lhe propiciou, encontra um discurso  que parece o seu. 

Tebet representa aquela mulher que foi criada como  unha princesa  que sempre  teve tudo em tempo e na hora. Filha de um deputado conservador, entrou na política. É senadora, que teve todas oportunidades  que ser rica, branca além de poder utilizar todas as qualidades  de ser mulher sem ser  limitada. 

Realmente, igual a outra!


COLCHA DA VÓ MARIA

Colcha da da Vó Maria DNA parte 2 Somostodos parte de uma Colcha tecida e vivida ao longo dos séculos! O tecelão caprichoso junta Cores, te...