segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Sem Anistia

 

                              Arquivo pessoal 

Precisei escrever para dar vazão a revolta que percebo se avolumar ao meu redor. Talvez  seja a mesma que moveu essa turba de criminosos que se achou  no direito de defecar no que era de todos nós. A revolta só cresce, talvez  por que a pessoa  que encerraria toda ela, está  longe do alcance  de nossas mãos. Um justiçamento dos injustiçados. Um horror de perceber que  uma semana depois  do momento  mais lindo e feliz  do Brasil, alguém  nos rouba isso e avilta! Não sei se esse povo conseguirá superar tamanha  vileza, depois  de tantas e ao longo do tempo.

Um povo massacrado ao nascer, usurpado. Vítima  de degradantes iniquidades, é capaz de odiar a si mesmo. Elege um representante capaz de odiar seu povo e promover sua destruição. 

Milhares de vidas foram ceifadas, sozinhas sem direito  ao carinho  dos seus e lágrimas  rolaram  no nosso  chão.  A destruição  anunciada desde o início, não  teve medida, não  teve parada.  Uma sanguessuga que sugou nossa seiva até  tombarmos, inertes. Não  bastou o saque, a seiva, procriou. De seres desalmados povoou. De todas as patentes, de todos os títulos, em todos lugares, de todos os tamanhos e aparência.

No dia marcado eclode o ovo.  Oito de janeiro de 2023 - o Brasil, todo ferida, derrama  sua purulência. Choramos alto nossa dor. Incrédulos assistimos. Foi tanta desgraça  semeada. Tanto sonho sufocado. Tanta dor provocada em nossa própria carne, que aparecemos monstrengos no espelho. 

Se sentimos enorme alegria a tão pouco  tempo, e juntos subimos a felicidade, por que não  nos embebedamos dela novamente? Que o Amor nos entorpeça  se construa uma NAÇÃO!

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